sexta-feira, 10 de outubro de 2008

NÓS PREFERIMOS A UNIÃO



NÓS PREFERIMOS A UNIÃO

“Eu to fazendo o que o sistema quer”. Facção Central.

O rapper Kamal deixou muitos malucos confusos quando gravou sua música Numtointendendu: “Se o culpado é o sistema, então me explica / quem é esse tal de sistema que não se identifica?”.

Após a pergunta ele deixa os manos pensarem um pouco e depois continua cantando: “Não sabe, né? Como eu pensei”. A grande maioria dos ativistas do movimento hip-hop se afirmam como “anti-sistema”, mas nem todos põem em prática. Facção Central foi categórico na música: Eu to fazendo o que o sistema quer.

“Trocaram minha caneta pela escopeta (...) me ensinaram que conforto só com o doutor morto (...) vim cobrar com juros meu sonho de formatura (...) mas infelizmente o que o sistema quer / sou eu com fome atirando na madame de chofer”.

A resposta pra pergunta do Kamal é: “O Sistema Capitalista”. Esse é o sistema que criticamos em nossas músicas. Mas ao ouvir a música do Facção cria-se uma confusão: Porque o sistema vai querer o ladrão de escopeta na mão, invadindo mansões, atirando na madame de chofer?

- Porque a violência é muito lucrativa. Assim eles continuam fabricando e vendendo armas e munições. Vendem coletes à prova de bala, algemas, veículos, combustível para abastecer os carros da polícia e dos ladrões. Lucram milhões com os sistemas de segurança, câmera, cerca elétrica, blindagem, seguranças particulares, condomínios fechados. Vendem jornais e revistas mostrando as vítimas e vendem centenas de produtos durante os programas policiais e os jornais da televisão. Vendem seguros de vida, cursos para segurança, cursos para instalação de alarmes e cercas elétricas e milhares de outras formas de lucrarem com a violência. A pessoa que segura um revólver está fazendo exatamente o que o sistema quer. Porque a elite não sofre com a violência. A elite nem mora no Brasil, sente nojo de países do “terceiro mundo”. A elite nem pisa no chão, vive de lá pra cá andando de helicóptero. Quem lucra com a violência não sofre com ela, a violência não os amedronta, o lucro advindo da violência lhes dá luxo e uma vida a pampa, segura.

Na música Discurso ou Revólver, Facção Central dá o diagnóstico:
“Tá na hora de parar de mofar no presídio / de estar no necrotério com uma par de tiros / de ser o analfabeto comendo resto / o viciado que o denarc manda pro inferno (...) te dão crack, fuzil, cachaça no buteco / esse é o campo de concentração moderno (...) não adianta ser milhões se não somos um (...) Sem união é impossível a Revolução”.

“Sem União é Impossível a Revolução”. Há oito anos atrás, uma galera se uniu e formou a Banca CDR, para juntos ajudarem a construir o movimento hip-hop na cidade de Foz. Construir por construir? Não!!! Unir forças para espalhar a consciência e ideologia revolucionária e para se opor ao capitalismo que lucra com a nossa morte, com a morte das pessoas que gostamos, com a morte de centenas de jovens.
A Banca CDR não apóia a competitividade e sim o Coperativismo, trabalhar junto por uma causa. O Hip-Hop não é campeonato pra ver quem vende mais cd, quem faz mais shows, quem grafita mais muros, quem dança mais, Hip-Hop é união. Essa é a nossa concepção. Essa é a nossa bandeira. Somos milhares de formiguinhas nesse universo gigante, mas não podemos pensar pequeno, nunca. Nos dias de hoje o capitalismo seduz, abraça e afaga os irmãos, desde que eles tenham dinheiro para gastar. O capitalismo joga mano contra mano: “Uma fatia do bolo? / se orienta doidão!!!”. Não são todos que querem trabalhar coletivamente. É isso que o sistema quer: “Dividir pra conquistar”, separados somos mais fracos. Assistam ao filme Bug's Life (Vida de Inseto). As formiguinhas se uniram e derrotaram os gafanhotos gigantes!!!

É por essa e por outras que NÓS PREFERIMOS A UNIÃO!!!

Eu nasci no dia 11 de abril, mas faço aniversário no dia 15 de setembro. Essa é minha homenagem à Banca CDR, que foi criada no dia 15 de setembro de 2000, o dia do meu renascimento, quando eu acordei pra vida e flagrei qual que é a desse sistema.

A favela chora a morte do Mano Everton Luiz Fernandez, 17 anos, assassinado dia 10 de setembro no Cidade Nova. Descanse em paz mano.
Boa leitura pra todos e tentem ficar na paz.
Ta difícil.

QUE NOITE LOCA (Por Carol)





Para quem torce para o fracasso e para a derrota do movimento hip-hop o sábado do dia 13 de setembro foi um “puta” tapa na cara. Há oito anos na estrada enfrentando preconceitos, quebrando barreiras e mostrando a realidade, a Banca CDR não comemorou mais um aniversário. Comemorou sim, mais um ano de batalhas vencidas. Este ano, que acompanhei mais de perto, foi um ano de muito aprendizado, tentando superar os erros e melhorar os acertos. Percebi, também, pessoas com vontade de conquistar o espaço do rap com dignidade, respeito e qualidade. Foi nesta noite de muito frio, que manos e minas colaram no Otroplano para festejar as vitórias de quem não perde a fé. Com muita ousadia, os organizadores do evento provaram mais uma vez que estão no combate, cientes de seus papéis.

Para deixar a noite mais louca, os manos da crew Cartel do Break mostraram a arte da dança de rua, e aí já sabe como é... Mano Lizal pegou o microfone e chamou os rimadores pra um Freestyle nervoso. Depois das rimas os grupos assumiram o comando. Inimigos da Guerra, Pesadelo Real, Mano Zeu, Luto Decretado, ADP, DNA do Rap, Santiago, Eloquentes (Foz); Cativeiro do Gueto, Raciocínio Forte, Alvos do Sistema (Toledo); e Esquadrão de Rua (Marechal Cândido Rondon). Pra finalizar a noite com chave de ouro os manos do Thiagão e os Kamikazes do Gueto (Paysandu) vieram com tudo para provar que “prá parar de pé é muita treta”.
Uma noite realmente louca, de festividade, com direito a brinde e tudo...
E quem não foi?

Ah... Perdeu de ver a galera desarmada de tretas, de alma tranqüila, curtindo

um som com os camaradas... Quem não foi perdeu de ver o brinde dos guerreiros e guerreiras que direta ou indiretamente fazem parte do sucesso da Banca. Perdeu de ver a consistência do Bloco CDR. Perdeu de ver vários locos cantando em uma só voz a música da vitória...

Quem não foi perdeu, principalmente, a satisfação de ver a galera em PAZ!!!
Quem perdeu este evento e quiser prestigiar o próximo lembre-se: SÓ ENTRA NO EVENTO MAIOR DE 16 COM DOC´S NA MÃO.

Hoje fecho o texto ao som de racionais e na esperança de no próximo ano a galera celebrar a vitória ao som do próprio hino do Cartel do Rap.

Mas, por enquanto...

“o importante é nóis aqui junto ano que vem”...

(Carol).

O IMPORTANTE É NÓS AQUI, JUNTO ANO QUE VEM!!!


Thiagão e os Kamikazes do Gueto




DJS

(Dj Papa-Léguas)


(Dj Pinduk)


(Dj Diogo Sinistrão)

Thiagão e os Kamikazes do Gueto



a rapa!!!


os manos de Toledo - no show da banca




(Esquadrão de Rua - Marechal Candido Rondon)

Banca CDR 8 anos -

(Aliados da Periferia)


(Santiago)


(Mano Zeu)


(Eloquentes)


(DNA do Rap)


(Luto Decretado)


(Inimigos da Guerra)

CDR 8 anos


Cartel do Break


quinta-feira, 9 de outubro de 2008

DANÇAS URBANAS?

15 DE SETEMBRO O "D" DA DANÇA DE RUA EM FOZ DO IGUAÇU!!!



Fato histórico nesta cidade, pela primeira vez na história da dança de rua local, vários grupos de dança, cantores de rap, djs e artistas plásticos se juntaram a um propósito; Traçar uma linha histórica da Street Dance expondo-a num espetáculo em forma de revista musical. Esta celebração magnânima da cultura Hip-Hop de Foz visava esclarecer não apenas à quem assistia, o que é realmente Street Dance, contando sua história desde o Tap, passando pela criação do Lockyn, do Popyng, Break, chegando à nova escola House e Hip Hop dance.

O espetáculo contou com a presença da Professora Magali C. e sua Aluna Karla G. (CIA do Corpo), CDR (''Cartel do Rap'', com o Mano Zeu, Mano Guilherme, Santiago e Dj Tim) o Aero Street Company (Paraguai) do Professor Juliano Gonçalves, o Fronic’s (Foz) da Professora Cleo Ferreira, o CDB (Cartel do Break, Foz), do Professor Edo e o Urban Way (Foz e Itaipulândia) do Professor Pedro Almeida. Um fato importante a ser declarado é que mesmo tendo todo este enredo fantástico, do qual a sociedade local de um modo geral é carente (conhecer a dança de rua num geral, uma vez que temos até praticantes que ignoram certas informações vitais), houveram lideranças da cultura local que infelizmente se recusaram a participar do evento. Por último, mas não menos importante o espetáculo ''Danças Urbanas?'' foi uma edição especial está sendo feita de modo beneficente uma vez que toda renda fora revertida pra Fundação nosso Lar de Foz do Iguaçu. O espetáculo fez parte do programa Cultura e Solidariedade do Teatro Plaza Foz; contamos com vários apoios como da Cia do Corpo, Teatro Amadeus, Casa do Teatro.

''...Aproveito o ensejo para agradecer as duas pessoas que sem as quais o espetáculo não Aconteceria, Zeu (CDR) responsável pela criação da Trilha do espetáculo e do Juliano (Aero Street Company) responsável por várias das performances tidas no espetáculo. Srs a cultura local deve muito a vocês em nome de todos os estudantes de Street da cidade eu lhes agradeço Vlw!...''.

(Pedro Almeida, estudante de Street dance de Foz do Iguaçu)

loockcy@hotmail.com

Danças Urbanas?







JULIANO - AERO STREET COMPANY)

AERO STREET COMPANY



URBAN WAY


CARTEL DO BREAK




GRAFITE - WOLOCO