quinta-feira, 2 de abril de 2009

SOMOS ANTI-CAPITALISTAS / SOMOS ANTI-IMPERIALISTAS

- Salve, salve truta!!!

- Ta salvado meu querido. Qual as novidades?

- Zine novo na área!!!

- Demorô!!!

O mês de março foi de luta, protesto do MST, dos jornalistas, do Movimento Alternativo e dos manos do Hip-Hop. O Sindicato dos Jornalistas do Paraná, com apoio da Associação Guatá – Cultura em Movimento e a Rede Megafone organizou o debate “A luta anti-imperialista: a América Latina e o Oriente Médio no olho do furacão” trazendo pra Foz do Iguaçu o advogado Ivan Pinheiro, vice-presidente da Casa da América Latina, o que deu um clima loco na cidade. Essa edição do fanzine bate na tecla da luta anti-capitalista e anti-imperialista e convoca o povo a se organizar e travar todas as formas de luta pela melhoria da condição de vida das classes menos favorecidas. Vamos mudar o quadro social e reivindicar nossos direitos.

APOIARAM ESSA EDIÇÃO DO FANZINE:


SÓ NO BLOG: CRONICA História das Três Fronteiras - Primeira Parte (Jackson Lima )


Estas duas fotos de Nei de Souza (**) mostram momentos da realidade da fronteira que estão pouco a pouco viajando para a história. (coloquei varias fotos e textos sobre o assunto em um blog meio abandonado que tenho. Clique aqui para vê-lo) Quer ver uma versão da Dança do Quadrado no Youtube?

Viver na fronteira é sentir-se participando da Dança do Quadrado (Ado-a-ado cada um no seu quadrado). Você tem que dançar e fazer um monte de coisas, mas sem sair do seu quadrado. O pessoal de Foz tem o seu quadrado. Ciudad del Este tem o seu quadrado. Puerto Iguazú também tem. Fronteira é cerca, povo é gado e país é curral. Assim se divide a humanidade. O quadrado do outro é proibido. Exceção? O comércio! Fronteira é lugar de ganhar dinheiro. Analfabeto com quatro carros do ano na garagem. Daí o contrabando, o descaminho, as profissões malucas: laranja, mulas, formiga, passeiro, nadador recuperador de caixas, bicicleteiros, cigarreiro e outras.

Um vereador do quadrado de Foz (Tadeu Madeira) até propôs o "seguro desemprego do laranja".

Fronteira vem da diferença. O Mercosul que tem como meta acabar com o charme do ilícito nas fronteiras supranacionais chama esta "diferença" de "assimetria" - e elas estão identificadas e mapeadas. Em blocos de nações integradas do estilo "União Européia" as fronteiras não têm mais serventia. Tudo está normatizado. Tudo igual. Futuro? O Brasil construiu uma Nova Aduana em Foz e o Paraguai está trabalhando na dele (Os EUA financiaram a nossa, nós financiamos [em parte] a do Paraguai); As duas serão absoletas um dia quando tudo estiver harmonizado.

Morar na fronteira não significa mente aberta. A menina de Foz sabe tanto do Paraguai quanto sua colega de Vitória. O muro funciona. O pessoal de Foz não fala mais espanhol que a galera de Curitiba. O ensino de espanhol usa livros feitos em São Paulo. As escolas têm o mesmo convite lenga-lenga: Inglês e espanhol - matrículas abertas. Os professores de espanhol são brasileiros ou pelo menos devem possuir um diploma brasileiro. O diploma precisa ser reconhecido pelo MEC do Brasil. Ou ainda precisa ser revalidado. A cerca existe! O diploma de letras do Paraguai não serve.
No outro lado do rio onde argentinos e paraguaios dançam nos quadrados de Puerto Iguazu e Ciudad del Este, acontece a mesma coisa. Por que não há professor brasileiro ensinando português lá? Por causa da cerca! Os livros usados em espanhol que se vende em Foz vem de São Paulo e Curitiba e não da Calle Corrientes - a rua do livro em Buenos Aires, por exemplo. Não há contrabandista de livro.

Grande porcentagem dos bailarinos do quadrado de Foz não consegue traduzir a frase: "o professor é dono da garrafa de Coca-Cola". O povo de bem da fronteira não tem contato com seus equivalentes do outro lado da cerca que delimita o quadrado que separa os currais. O ladrão, o traficante, o traficante de mulheres, os matadores têm. São mais integrados que a população do bem. O professor de matemática de Foz, não conhece nenhum professor de matemática de Ciudad del Este - alguém a quem possa chamar - "amigo" e derramar lágrimas no seu ombro.

Um vereador de Uruguaiana, defendendo a integração, lovou certas fronteiras do Rio Grande do Sul com o Uruguai onde há casas construídas na fronteira. A cozinha no Uruguai. A sala no Brasil. Uma vantagem e tanta aproveitada por quem? Pelos professores dos dois países? Pelos médicos, que aproveitam para fazer consultórios onde atendem pelo SUS e pelo ISS (Instituto de Previdência Social)? Pelos músicos com suas bandas? Pelas bibliotecas binacionais?

Provavelmente, tal iniciativa seria monopólio do trambique binacional ou transfronteiriço. (A lei sabendo disso, proibiu construções a menos de 50 metros da linha de fronteira. É uma faixa que se não estou com amnésia soa como faixa "non-construendis"). E como as fronteiras atraem trambiqueiros de todo o país?!! Quando o pau quebra, a fronteira paga. Mas o contrabando é nacional. Os patrões dos diversos tipos de laranjas de Foz estão nos grandes centros brasileiros: São Paulo, Rio, Belo Horizonte, Brasília, Goiânia e muitas outras cidades.

A vergonha é que até hoje, os prefeitos que lideraram a Dança do Quadrado de Foz do Iguaçu, desde Jorge Schimmelpfeng até o atual prefeito Paulo MacDonald Ghisi, foram tão ruins na promoção de uma base econômica digna para o quadrado iguaçuense nesse pontinho do Oeste do Paraná. A vergonha é ser prefeito de uma cidade onde laranja é profissão.

(*) Jackson Liima é jornalista e blogueiro em Foz do Iguaçu, Paraná. O texto "História das Três Fronteiras - Primeira Parte foi publicado originalmente no blog do autor.
(**) Ney Souza é repórter fotográfico em Foz do Iguaçu.

Fonte: WWW.guata.com.br


Audiência Cultura (Carlos Luz)

Participei ontem da Audiência Pública sobre o Sistema Municipal de Cultura, onde a minuta de lei criando o Sistema e tratando sobre a própria Fundação Cultural, o Fundo de Cultura, a Conferência e o Conselho Municipal de Cultura, a Lei de Incentivos Fiscais, além da Lei do Patrimônio Histórico, foi entregue ao presidente da Fundação Cultural, Rogério Bonato. Bem, não é a primeira vez que uma discussão deste tipo é iniciada em Foz do Iguaçu. Desde a criação da Fundação Cultural em 1986, estas questões permeiam o movimento Cultural da cidade.

Um marco nesta história foi o Encontro Falando em Cultura, que aconteceu em 1992, quando eu era o presidente da Fundação e, durante um final de semana inteiro, a entidade discutiu com o movimento cultural da época, metas, prioridades e estratégias do setor. Espero que a discussão progrida, pois há 23 anos defendo a criação do Conselho Municipal de Cultura de Foz do Iguaçu, como única forma de se implantar uma Política Pública para Cultura. Em sua explanação a ex-presidente da Fundação e amiga Aline Albuquerque Teigão, hoje na Secretaria de Estado da Cultura do Paraná, disse que bons projetos existem muitos, mas nada, absolutamente nada, se faz sem recursos. Concordo plenamente com a Aline.

Aliás, falando em recursos, o orçamento da Fundação Cultural de Foz do Iguaçu, este ano, sofreu um corte por parte do Executivo.

(No blog do Carlos Luz tem um link onde você pode ver o corte que sofreu o orçamento da Fundação Cultural.

Acessem: http://www.carlos-luz.blogspot.com/)




POESIAS E PENSAMENTOS

Torpe

Torpe combina com vinho
vinho de boa qualidade
também sem muita preocupação
um pouco pesada talvez

torpe, eh,

realmente uma pesada palavra
ou seria palavra pesada?

Ultimamente ando torpe

como vinho pesando no estômago
pés no chão e cabeça nas estrelas

(Mysk, Foz)

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Das mulheres
A todas as raças, idades e cores
As mulheres são as flores
Que enfeitam os jardins
E todos os amores

Todos os dias são especiais
Mas nem todos são iguais
A atenção e o carinho fornecem
Algo que a mulher faz

Se não fosse as mulheres
Os homens não haveriam
São diversas suas profissões

São diversas suas categorias
Mas mulher é mulher
Com paz e com brigas

(Edson de Carvalho, Foz)


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Leões na jaula
'Ustâd Badruzzamân Badr

Somos os heróis deste tempo.
Somos a juventude orgulhosa.
Somos os leões hirsutos.

Vivemos nas histórias, agora.
Vivemos nas epopéias.
Vivemos no coração do público.

Somos o escudo diante do opressor.
Nossa coragem é como uma montanha.
O faraó de nosso tempo está intranqüilo
graças a nós.

O Chefe do Palácio Branco,
Como outros chefes ímpios,
Não vê nossa paciência.

O torvelinho de nossas lágrimas
Célere aproxima-se dele.
Ninguém resiste ao poder dessa inundação.

No mais das vezes, nestas jaulas,
À meia-noite as estrelas
Trazem-nos boas-novas:

Haveremos de vencer,
E o mundo espera por nós,
A Caravana de Badr.

(MARC FALKOFF)


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CARNE

Carne
tem
carne.

De quê?
Carne de si
carne de carne.

Mas, de quê?
De províncias
do campo
carne solta.

Viva ou o quê?
Verde
muito verde
lambuzada
de mofo e moída
a golpes.

De quê?
De carne da
sua carne
que

não.

Mas, de quê?
De animais
perdidos
encardidos
talvez
vacas.

Vacas de quê?
Daquelas
uma vez
alheias
e hoje
apenas.

Quê?

Esfolada
fazenda
carne verde
calejada
inchada
de moscas ávidas.

Em quê?
Farpas
ou vermes
nessa carne viva
sim mas
impossível.

Fazenda quê?
Entre pedras
mato seco
latas enferrujadas
carne de vacas soltas
desatentas.

Em pé?
De guerra
perdida
de trapos desfiados
de amnésia
que se encarna
nessa carne velha
que como cão
na coleira
não come
nem se deixa
mais comer.


(GUILLERMO SAAVEDRA )

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Do pensamento

Penso e penso mesmo (...)
Fico imaginando com a dor
O mundo já se sabe triturar
Semelhante cena de amor

Intelectuais filósofos
Amam a sabedoria
Me amo a eu mesmo
Com minhas regras e teorias

Corri muitas vezes em busca
E ganhei um simples desprezo
A vida é uma luta (...)

Reflete como um espelho
O lirismo é a conduta
Sem que aceite o conselho

(Edson de Carvalho, Foz)

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Mais um órfão.

Atiraram sem perguntar.
Na bolsa, só a marmita.
Na mão colocaram um oitão,
Disseram ser ladrão.

No barraco da favela.
Mais um filho orfão,
Quem vai contestar.
A versão oficial
Dos homi de farda,
Da Thobias Aguiar

(Alessandro Buzo)

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Canção em L

Lenta labuta
Lembrar os lábios
Lembrar a lábia
Lágrimas lacônicas
Longo lacrimejo
Lapidam o ladrão.
Num lapso de loucura
A lua levou
Meu leme luzente.
Lamento a loucura
Que levou a lucerna
Da lúcida loa
Que alegrava
Minha lira.

(Carol, Foz).

RAP E CAPITALISMO NÃO COMBINA

Saiba o que aconteceu no Espaço do Rap Paraná em Toledo.

O 1° DVD Espaço do Rap Paraná foi gravado em Toledo no dia 30 de agosto de 2008 no Ganesh Bar. Grupos de rap de todo o Paraná colou para se apresentar nesse evento que foi um marco na cena do Hip-Hop Paranaense. O salão encheu, mas muita gente ficou do lado de fora por ser menor de idade. No Ganesh Bar não pode entrar menor de 16 anos.

No dia 14 de março de 2009 rolou o evento para gravação do 2° DVD Espaço do Rap Paraná. O dono do Ganesh avisou o organizador do evento que para liberar os menores de idade teria que pegar um alvará e o bar só poderia funcionar até 00:30 hs. O organizador aceitou. Como o ingresso custava 10 reais ele foi pela lógica capitalista, quanto mais pessoas no evento, mais dinheiro no bolso. Menor de idade também paga ingresso, 100 pagantes a mais, 1000 reais a mais.

Até aí “tudo bem”.

O bar abriu as 21:30 hs e colou 20 grupos de Rap para cantar no evento. O primeiro grupo começou a cantar 22:00 hs. Qualquer pessoa em sã consciência perceberia que em 2 horas e 30 minutos não daria tempo de todos os grupos se apresentarem. Daria 7,5 minutos para cada grupo sem contar o intervalo de um grupo para o outro e os anúncios que rolam durante o show. Tem música de Rap que tem mais de 10 minutos. Muitos grupos não aceitaram cantar uma música somente, porque viajaram de muito longe. Um grupo cantou 2, outro 3, outro 4, outro 5 músicas, o que indignou o Mc Anderson de Cascavel que disse que o lema do Rap é “Paz, Justiça, Liberdade e Igualdade”. Protestou contra o direito de um grupo cantar mais músicas que o outro.

Resumindo:

Depois de muita insistência o dono do bar deixou o evento rolar até as 02:00hs da manhã, mas mesmo assim ficou 5 grupos sem se apresentar. Aí começou os protestos. A galera que vieram de excursão para incentivar os grupos de sua cidade começaram a protestar com gritos de guerra. No cartaz anunciava também uma super balada com os melhores DJs da região e algumas pessoas começaram a cobrar isso; outras pediam a devolução do dinheiro. O organizador do evento se escondeu e quem pagou o pato foi a galera que trabalhou no evento, o apresentador, os técnicos de som e os cinegrafistas, que tiveram que ouvir os xingamentos. Trinta minutos depois os ânimos se acalmaram e a galera foi se retirando aos poucos.

Apesar de todo esse constrangimento o show foi bom, até as 2 da manhã a galera curtiu, cantou, dançou e se divertiu. É até muito interessante esse protesto, mostra que os manos estão espertos e reivindicam seus direitos. O melhor foi que não rolou violência, ninguém se agrediu fisicamente, ninguém se machucou, ninguém trocou soco com ninguém.

No final terminou tudo bem, com um Freestyle do lado de fora, ao som do violão e do beat box. Uma confraternização com sorrisos, aplausos, abraços e rimas. Ótimo que terminou bem, mas poderia ter acabado em tragédia. Não podemos deixar que a ganância pelo dinheiro cause capítulos como esse.

Os manos que fazem o rap, que gravam cd, que ensaiam, que viajam para se apresentar nos eventos em outras cidades têm mais valor do que o dinheiro e merecem respeito.

Capitalismo e Rap não combina.












ESPAÇO RAP PARANÁ!!!







A LUTA ANTI-IMPERIALISTA

“Imperialismo é a expressão mais cruel do capitalismo”, diz Ivan Pinheiro

(Público lotou o miniauditório da Unioeste)


Estudantes, jornalistas, professores, ativistas culturais, militantes de movimentos sociais e representantes da comunidade árabe e palestina reuniram-se na última terça-feira, 10, no campus iguaçuense da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), para discutir a conjuntura política internacional e as perspectivas dos povos neste momento de crise mundial. Organizado pelo Sindicato dos Jornalistas do Paraná, com apoio da Associação Guatá – Cultura em Movimento e a Rede Megafone, o debate “A luta anti-imperialista: a América Latina e o Oriente Médio no olho do furacão” trouxe a Foz do Iguaçu o advogado Ivan Pinheiro, vice-presidente da Casa da América Latina, que apresentou aos participantes a sua visão sobre a geopolítica internacional e seus desdobramentos para as nações.


Ivan Pinheiro com Mohamad Barakat (liderança árabe em Foz) e Mohamed Hassan (vice-presidente da Sociedade Árabe Palestina Brasileira em Foz) após declarar solidariedade internacional
Em sua explanação, Pinheiro defendeu que o imperialismo é uma forma de dominação política, econômica, cultural e militar dos Estados Unidos e alguns poucos aliados sobre o conjunto de países, tendo por objetivo final, garantir a maximização da riqueza dos estados que estão no centro do capitalismo mundial. “O imperialismo é nefasto para os povos por ser a expressão mais cruel do capitalismo, impedindo o crescimento econômico justo e inviabilizando a paz e a solidariedade internacional”, afirmou Pinheiro.

O advogado e militante da esquerda brasileira afirmou que países como Cuba, Venezuela, Bolívia, Equador, Nicarágua, entre outros, são exemplos de enfrentamento às políticas neoliberais ditadas pelos EUA e, por isso, estes países são credores da solidariedade das nações e das pessoas que
defendem um mundo equilibrado. Conforme explica Alexandre Palmar,
dirigente do Sindicato dos Jornalistas, a iniciativa de discutir o tema deve-se, em parte, à localização de Foz do Iguaçu, estrategicamente cravada no coração da América do Sul e, por isso, alvo freqüente das tentativas de expansão e influência do governo norte-americano. Para reforçar, Palmar lembra que a cidade abriga uma das maiores colônias árabes do país, comunidade sempre vista com desconfiança pelos órgãos de informação de Israel e EUA, além de situar-se uma região de vastos recursos naturais e abrigar a maior hidrelétrica do mundo. “Temos o compromisso de procurar entender e de se localizar em meio a essa teia de interesses geográficos e políticos que envolvem a nossa região. E o Sindicato dos Jornalistas cumpre o seu papel de fomentar discussões e ações de interesse social, pertinentes ao exercício da cidadania e da democracia”, resume Palmar, comemorando a forte presença do público, estimada em 250 pessoas.

Professora Silva de Souza, da Unioeste, coordenou o debate
Além dos acadêmicos, o debate conseguiu reunir no campus universitário representantes de diversos organismos e segmentos sociais, como a presença da comunidade árabe e palestina, sinalizando ser possível a integração entre a universidade e a comunidade em que a instituição está inserida.

Estudantes, jornalistas, professores, ativistas culturais, militantes de movimentos sociais e representantes da comunidade árabe e palestina
Além dos acadêmicos, o debate conseguiu reunir no campus universitário representantes de diversos organismos e segmentos sociais, como a presença da comunidade árabe e palestina, sinalizando ser possível a integração entre a universidade e a comunidade em que a instituição está inserida.

(Fonte: www.megafone.inf.br / Foto: Christiano Fernandez)

1° BATALHA REGIONAL DE BREAK

Cartel do Break Apresenta:

1° BATALHA REGIONAL DE BREAK

Dia 25 de Abril (Sábado), no Teatro Barracão - Jd. São Paulo.
Das 13:30hs às 23:00hs.

Haverá apresentação de grupos de Rap locais.

Ingresso: 1 kg de alimento não perecível.

* A batalha é individual e o valor da inscrição é R$ 10,00.

O vencedor levará como prêmio - além do troféu - o dinheiro de todas as inscrições.

PIÃO DE VIDA LOKA / A Praça é do Povo!!!

Todas as noites de sexta-feira a rapaziada se reúne na Praça do Mitre para dançar break e fazer freestyle. O evento é organizado pelo Cartel do Rap e Companhia de Rua e está acontecendo todas as sextas a partir das 20:00hs.
O local já é conhecido pela galera, pois diversas vezes o Movimento Hip- Hop esteve em movimento naquela praça que também é conhecida como Praça das Nações.

O local está se transformando num ponto de encontro da rapaziada que sai dos bairros, onde não tem praça, área de lazer e nem opções de cultura e vão manifestar-se num local público no centro da cidade.

É uma forma de ocupar esse espaço que é do povo e que está abandonado. Fica aqui o convite para todos os artistas de rua de nossa cidade se juntar
a nós, ocupar as praças e transformá-la em um espaço de lazer e cultura.

A PRAÇA É DO POVO!!!
















HC FOZ DO IGUAÇU / 20 ANOS DEPOIS DA PRIMEIRA BANDA.

Os manos do Hardcore Iguaçuense não param. O ano de 2009 começou com diversas atividades. As bandas Socialmente Incorreto e Artilleria Pesada se preparam para pegar a estrada rumo à Curitiba onde participarão do Evento A SHOUT From The Streets. O show acontecerá no dia 11 de abril no “92 Graus” e contará também com as bandas curitibanas Nuestra Guerrilha, SOTS, e YOUR FALL (esta última voltando da turnê européia).



Mas, um fim de semana antes de viajar, o show é na nossa Foz do Iguaçu. Dia 04 de Abril no Otroplano (Vila A) Socialmente Incorreto e Artilleria Pesada realiza um show que conta com a participação de Mano Zeu e a Banca. Durante o evento a galera poderá adquirir os materiais independentes (CDS e Camisetas) diretamente com as bandas. 2009 é um ano muito especial para a cena Underground local. Há exatamente 20 anos atrás surgia em Foz a primeira banda chamada: “Desordem e Regresso”. A banda era formada por Fabrício (Batera), Pipe (Vocal), Sylvio (Guitarra) & Patrick (Baixo).

Vida Longa ao movimento underground de Foz!!!



Socialmente Incorreto



Artilleria Pesada

PENSAMENTO RACIONAL REALIZA SHOW NO TEATRO MUNICIPAL

O grupo Pensamento Racional de Campo Mourão está realizando o show de lançando do seu primeiro álbum. Acontecerá em Campo Mourão no dia 04 de abril no Teatro Municipal. O cd Coração de Plástico foi gravado recentemente e teve boa aceitação. O grupo foi formado em 2004, passou por algumas formações até ficar com Otávio Aka Brankers e André Aka Buia. Em 2007 o grupo se juntou ao Mc Will que seguia carreira solo, mas já participava do Pensamento Racional. Com essa nova formação o grupo vem se destacando e abrindo caminho Paraná à fora. O diferencial para esse evento é que o show será com banda e contará com a participação de nomes de peso do Rap Paranaense como: Careca e Robinho (Rajada Mc's), Goddynes (Atitude Consciente), Dodô (Kamikazes do Gueto) e Rapadura.

Ouça músicas do grupo na net:

www.myspace.com/pensamentoracional2008

2° MINI MEGA EVENTO DO CIDADE NOVA


O Bairro Cidade Nova está localizado na região norte da cidade, nas proximidades da UNIOESTE. Esse bairro foi construído no ano de 1996 num processo de desfavelização da cidade de Foz do Iguaçu onde ocupações consideradas “áreas de risco” foram removidas. Desde esse processo a comunidade desse local está “desassistida”, carente de atividades culturais que envolvam crianças, adolescentes e jovens. Lembrando que o bairro conta com aproximadamente 12 mil moradores, e estes não contam com a mínima infra-estrutura como praça, campo de futebol, biblioteca, centro cultural, pista de skate, a população desse local não sofre somente com a falta de estrutura, devido o afastamento dessa população do centro da cidade não há a possibilidade que os mesmos participem dos eventos e atividades que se concentram na região central.

Em setembro de 2007 ativistas culturais ligados ao movimento Hip-Hop de Foz do Iguaçu organizaram o 1° Mini Mega Evento no bairro Cidade Nova. O evento começou na sexta-feira e terminou no domingo, reunindo 15 grupos de Rap. Aconteceu ainda nesse evento batalhas de Dança de Rua e Batalhas de Rima, grafite e apresentação de DJs. Os shows foram gratuitos e teve boa aceitação por parte da população.

Para este ano de 2009, a proposta é ampliar esse evento envolvendo outros segmentos culturais como teatro, circo e cinema.

· Na sexta-feira do dia 10 de abril a partir das 19:00 HS, na escola municipal Jorge Amado haverá sessão de cinema infantil/adulto, posteriormente será encerrada com uma peça de teatro do grupo Arte em Si.

· Na Noite do dia 11 de abril, a partir das 21:00hs terá show de Rap com a Banca CDR e apresentação das Crews CIA de Rua e Cartel do Break.

· No domingo de páscoa a partir das 15:00hs haverá apresentação Circense da Troupe Luz da Lua, com o intuito de interagir com as crianças do bairro. Terá ainda Interferência Teatral com alunos da oficina de teatro da Casa do Teatro e Dança de Rua com o grupo Urban Way.

Lembrando que o bairro Cidade Nova tem um histórico de violência entre os jovens e que a cultura é reconhecida como um grande instrumento de conscientização e transformação dos indivíduos, é de suma importância a realização de eventos como esse.

E sabendo que a cidade aspira um diálogo entre sociedade e cultura, pedimos que a câmara de vereadores reconheçam a importância de atividades culturais voltadas a comunidade local, que não vise somente a atividade cultural para o comércio e turismo, assim pedimos o apoio das instituições representativas – eleitas para desenvolver ações em prol da sociedade – que apóiem essa iniciativa.

Local: Colégio Jorge Amado, Cidade Nova.

A entrada é franca e nas sessões de cinema a pipoca é grátis!!!

REALIZAÇÃO:

Cartel do Rap

PARCEIROS:

Casa do Teatro, Cia de Rua, Arte em Si, Troupe Luz da Lua, Guatá, Urban Way, Cartel do Break

APOIO:

Fundação Cultural

BOLETIM DO KAOS_O Zine que virou jornal.

Alessandro Buzo é ativista cultural na cidade de São Paulo. Escritor Marginal tem diversos livros publicados, entre eles: O Trem, Suburbano Convicto, Guerreira e Favela Toma Conta. Já faturou duas vezes o premio Hutus na categoria Hip-Hop Ciência e Conhecimento e ganhou 4 vezes o premio Cooperifa. Atualmente está excursionando na área do audiovisual. Comanda o quadro Buzão no programa Manos e Minas da Tv Cultura e está trabalhando num filme intitulado “Profissão MC” juntamente com Toni Nogueira. Ele ficou conhecido pela sua militância em SP com seu fanzine Boletim do Kaos que distribuía pelas galerias da rua 25 de março. Organizador de eventos, poeta, Apresentador e escritor é mais um guerreiro que emergiu da periferia, mais precisamente na região do Itaim Paulista. O seu fanzine já passou da edição número 150, com muita informação sobre Hip-Hop, Cultura, Poesia e Literatura.


Recentemente ele se juntou ao guerreiro Alexandre de Maio, editor da Revista Cultura Hip-Hop, para o projeto de transformar o Zine em um jornal. Alexandre de Maio é também editor das Revistas Rap News e Graffiti, ilustrador e trabalha com audiovisual. O mano trabalha há mais de 10 anos no mercado editorial e atualmente é colunista da revista Raça. E não para por aí, como diretor o maluco já produziu mais de 10 vídeos clipes.

O jornal Boletim do Kaos vem com o apoio do Itaú Cultural que vai bancar a tiragem de 10 mil exemplares por mês. O jornal abordará o Movimento Hip-Hop, Literatura, Cinema e Música. A primeira edição será lançada em abril e conta com os escritores marginais Ferrez, Alessandro Buzo, Sacolinha, Allan da Rosa e o Poeta Sérgio Vaz. Os internautas poderão acessar o jornal que terá uma versão online pelo endereço:

www.culturahiphop.uol.com.br/boletimdokaos


Alessandro Buzo ainda é blogueiro.

Acessem:

www.suburbanoconvicto.blogger.com.br
www.buzoentrevista.blogger.com.br
www.literaturaperiferica.blogger.com.br

CONTOS, CONTAS, CANTOS E CRÔNICAS (Por: Danilo Georges)

Vida nossa de todos os dias

Joana é uma bela moça, cabelos castanhos, lábios finos, sua beleza vai além da aparência, ela também é bonita no seu íntimo, uma jovem sonhadora, meiga, cursa história numa universidade pública no interior do Paraná, gosta de poesia e literatura. Entre os escritores o que ela tem mais intimidade em ler ultimamente, é a literatura marginal do Ferréz. A escrita de Ferréz é composta de doses igualmente fortes de revolta, perplexidade e esperança, Ferréz reivindica voz própria e dignidade para os habitantes das periferias das cidades brasileiras.

Elias, namorado de Joana, é um leitor assíduo de Ferrez, ele se vê em boa parte das histórias contadas pelo autor; ele apresentou o livro Manual Pratico do Ódio para Joana, desde que ela leu essa obra, abraçou o autor e a literatura marginal. O gosto pela literatura marginal tem a ver com seu gosto pelo seu namorado Elias, que mesmo sem cursar uma universidade é autor de diversos contos, poesias, e músicas. Elias vêm de uma família pobre, o talento em começar a brincar com as palavras começou cedo, quando ele tinha 11 anos fazia rimas enquanto trabalhava num varejão de verduras, ia rimando descrevendo os clientes e zoando os times de futebol. Suas rimas foram desenvolvendo, e hoje ele é conhecido em diversas quebradas da cidade aonde segue rimando em um conhecido grupo de Rap em Foz do Iguaçu.

O namoro de Joana e Elias rompeu com a fronteira de classe posta pela sociedade desigual em que vivemos. Essa divisão é expressa na divisão de territórios da cidade, essa é a lógica perversa da urbanização, separar as classes, assim pensam na cidade como algo mecânico, tentando estabelecer as áreas aonde cada classe deve circular, mas como a cidade não funciona como uma relojoaria muita pessoas acabam rompendo essas fronteiras invisíveis que mapeiam as relações sociais.

Ela cresceu em um bairro abastado da cidade, ele cresceu as margens do rio Paraná num beco de uma conhecida favela na zona norte da cidade. O namoro nunca foi bem digerido pela família de Joana, pois sua mãe temia o seu envolvimento com um “favelado”, Elias várias vezes fora humilhado, a mãe da moça vivia ligando em seu celular e dizendo “minha filha não foi criada para dormir em favela”. O relacionamento passava por algumas provações, as coisas pioraram quando a irmã caçula de Joana, Karina então com 15 anos começava a namorar um menino da classe média alta, filho de um influente comerciante libanês da cidade. O jovem Mohamed só andava com roupa de marca, e calçava um Nike shox 18 molas último modelo, o sonho de consumo de todo playboy daquela cidade. A mãe vivia jogando na cara que Karina daria orgulho a família, pois namorava um cara certo que lhe dava presente toda semana. Além de estudar em período integral em uma escola influente da cidade, levava Karina todos finais de semana ao Shopping da cidade e lhe enchia de presentes.

A ostentação de Mohamed logo contaminou Karina que com o tempo só queria usar roupas de marca, freqüentar lugares caros, e consumir cada vez mais, a jovem saía abarrotada de sacolas das lojas de grife, em um ano de namoro comprou tantas roupas que boa parte delas ainda não usou, Karina tinha ainda a pachorra de às vezes comprar uma peça de roupa mesmo sabendo que não serviria, mas ela não queria que outra pessoa usasse aquele modelo.

Mas não foi somente a ostentação e a ganância que contaminaram a jovem Karina, Mohamed vivia dentro das zonas da cidade, principalmente na CRYSTAL, uma casa de Streep localizada perto das Cataratas, que foi construída para o lazer dos turistas e burgueses da cidade. Por se tratar de um prostíbulo chique, Mohamed nunca se preocupou, pois os donos daquela rede de prostituição sempre garantiram que as mulheres daquela casa, fariam exames médicos diariamente, e não haveria possibilidade de infecção. Dessa forma Mohamed também consumia as mulheres daquele local, as compravam, chegava a pagar 350 reais por uma noite de sexo. Dessa maneira contraiu o vírus HIV, e logo o transmitiu para Karina. Após alguns meses o casal teve um período de calafrios, dor de cabeça, manchas na pele, inicialmente pensaram que era dengue, uma moléstia muito comum na tríplice fronteira, mas após se submeterem a diversos exames foi constatado o pior, era o temido HIV. Quando o pai de Mohamed soube da notícia ainda acusou Karina de ter passado a moléstia para seu filho, e a família de Karina fora humilhada da mesma forma que humilhou muitas vezes o favelado Elias. Após toda essa confusão o pai de Mohamed levou o filho para fazer um sofisticado tratamento no E.U.A, enquanto a jovem fora abandonada, e faz um tratamento comum, na cidade de Cascavel, que tem o maior pólo médico da região.

Joana cuida da irmã Karina e junto com Elias fundou um grupo que discute nas escolas e universidades a importância da prevenção do vírus, e da utilização da camisinha. A mãe de Joana sempre tinha se preocupado com o envolvimento da filha mais velha com o jovem da periferia, acreditara que a caçula não teria problema, pois namorava um jovem rico, mas ela não sabe que as relações das pessoas não funcionam de forma mecânica nem funcional, e hoje ela sabe que quem vê classes não vê coração.

“Danilo George Ribeiro – Historiador, é pesquisador das camadas populares da cidade de Foz do Iguaçu, afirma que 99% das histórias narradas no Fanzine serão verídicas, o 1% é fruto da sua imaginação”.


ANJOS CAÍDOS (Por: Carol)


A mãozinha delicada remexe o lixo e pega a sacolinha branca de mercado com o lixo do meu banheiro. Papel higiênico, absorvente usado e fralda suja.

- Que merda!

As mãos pequenas agora fedem...

A mão de dedos magros agora vai para o outro lado e remexe o lixo da minha cozinha. Procura nos restos algo que possa aproveitar. Pega o tomate podre, a maçã estragada, sente o feijão azedo, a carne cheia de vermes e um pacote de bolacha fechado.

A mão pequena ainda fede...

No topo da desova dos meus restos, a mão de dedos magros encontra minha roupa suja.

Veste sem se importar com o cheiro e vai pra casa. Esse corpo esguio agora fede. Pelas ruas, na volta para seu castelo, vê carros, brinquedos, restaurantes e roupas limpas. Os narizes torcem, os olhos não vêem, as mãos não tocam e a boca ri.

Esse corpo pequeno e frágil fede.

Aos poucos, a boca pequena fala, seu riso se esvai, o ódio aumenta e você não satiriza, chora.

Quem sente o cheiro agora?


(Carol é estudante de letras em Foz)

Março de Luta - Acabou a Morosidade

· No dia 10 de março aconteceu na UNIOESTE um debate sobre a luta anti-imperialista. Contou com a presença de militantes de movimentos sociais, estudantes, jornalistas, professores e ativistas culturais que colaram para discutir juntamente com Ivan Pinheiro (vice-presidente da Casa da América Latina) a conjuntura política internacional e as perspectivas dos povos neste momento de crise mundial.

· Toda sexta-feira a galera do Hip-Hop iguaçuense invade a Praça do Mitre para praticar sua arte. O primeiro encontro foi 06 de março. O ato serve como um protesto pelo preconceito para com as culturas praticadas por moradores de periferia, contra a elitização da cultura e também como reivindicação de alguns direitos. Com o slogan “A praça é do povo”, a galera sai de seus bairros – que estão totalmente desassistidos pelo poder público – e vão pra praça se reunir, dançar, cantar, conversar e fortalecer a integração entre os bairros.

· Na sexta-feira do dia 20 de março o Mano Geovane (conhecido como Lixo) organizou na Praça do Mitre um protesto contra a Violência. O “8° Festival de Cultura Contra a Violência” contou com Teatro e Poesia. O cartaz trazia a frase: “Basta de Violência” reivindicando uma cultura de paz.

· No dia 26 de Março o MST, a via Campesina e o Movimento do Pequeno Agricultor organizaram na Ponte da Amizade uma manifestação onde discutiram sobre a necessidade da integração latino-americana, a luta pela terra, trabalho e justiça para todos, (ver texto da Carol).

· Na tarde de 31 de março, o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Paraná, organizou um protesto na Praça do Mitre. A manifestação é em defesa da exigência do diploma para o exercício do Jornalismo. Uma pesquisa nacional feita pela CNT/Sensus revelou que 74,3% da população brasileira é a favor da exigência do diploma para o exercício da profissão. (Ver matéria no site: www.megafone.inf.br).

SEMANA DA ARTE MODERNA - 87 ANOS

O ano de 1922 foi revolucionário no cenário artístico brasileiro. De 11 a 18 de fevereiro ocorreu em São Paulo no Teatro Municipal a Semana de Arte Moderna. O evento marcou época, pois mudou os conceitos artísticos: a poesia que antes era só escrita passou a ser declamada, a música que antes eram sem acompanhamento de orquestras sinfônicas foi apresentada por meio de concertos e as artes plásticas foram apresentadas em telas, esculturas e maquetes de arquitetura.
Capa de Di Cavalcanti para oCatálogo daExposição

O evento buscava a renovação da linguagem, a liberdade de criação e a ruptura com o passado apresentando uma arte moderna e inovadora. Os jovens modernistas negavam o academicismo nas artes. Por mais que estivessem influenciados pela arte européia, por tendências e movimentos como o Cubismo e o Expressionismo, eles buscavam esse novo formato tentando não perder o caráter nacional. Esse ano o Brasil comemorava o centenário da Independência, então os jovens modernistas tinham a idéia de se libertar das amarras que prendiam os artistas a padrões estrangeiros. A Semana de Arte Moderna se tornou um movimento pela Independência artística do Brasil.

Cartaz anunciando o último dia da Semana de Arte Moderna

O artista plástico Di Cavalcanti sugeriu o slogan: "uma semana de escândalos literários e artísticos, de meter os estribos na barriga da burguesiazinha paulistana". A imprensa da época ligada aos interesses da burguesia e a conservação dos bons costumes não cobriu o evento. Ele só teve publicação por parte dos participantes da Semana que trabalhavam em jornais como Mário de Andrade, Menotti Del Picchia e Graça Aranha. Os três eram conferencistas da Semana e depois das publicações suas idéias causaram grande alarde na imprensa.


Um dos cartazes da «Semana», satirizando os grandes nomes da música, da literatura e da pintura

Nessa época o contexto político-social brasileiro é também de muita agitação e mudanças. Várias crises na economia cafeeira abalaram o prestígio social da aristocracia rural paulistana. Expande-se a industrialização com conseqüente urbanização e maior mobilidade social. A pequena burguesia, que subira à cena política no início da república (1889), começa a dar sinais de inquietação. A grande burguesia se divide, com um segmento investindo na indústria nascente e hostilizando o segmento agrário que ainda controla o poder público.


Da esquerda para a direita: Brecheret, Di Cavalcanti, Menotti del Picchia, Oswald de Andrade e Helios Seelinger


Anita Malfatti, Tarsila do Amaral e Oswald de Andrade.Por ocasião da «Semana», Tarsila se achava em París e, por esse motivo, não participou do evento
E para inquietar ainda mais a burguesia brasileira da época, um mês depois da Semana da Arte Moderna, no dia 25 de Março é fundado no Brasil o PCB (Partido Comunista Brasileiro). É um partido de esquerda baseado nas ideologias de Karl Marx e Friedrich Engels e de organização baseada nas teorias de Lênin. O seu símbolo é uma foice e um martelo cruzados, simbolizando a união dos camponeses com os operários.

OFERTA DE EMPREGOS (Por: Santiago).



· Empresa Estatal procura por jovens e adultos com idade entre 10 a 65
anos, ambos os sexos para trabalhar em prol da revolução social-mundial
através da educação, cultura, e preparação psicológica. Para obter salários
igualitários e desfrutar de uma sociedade igualmente dividida e
também maiores informações liguem para o telefone (45) 9132-
1668 ou vá até a banca Cartel do Rap mais próxima.

· Admite-se policiais, advogados, políticos, juízes e delegados
integralmente honestos e incorruptíveis com graus elevados
de ética e que não se favorecerão de seus cargos.
Obs: Urgente, pois o quadro social precisa muito de vocês.

· Necessita-se de pessoas íntegras e responsáveis com caráter cooperativo e bom coração para formar parceria dentro das organizações revolucionárias Nègre, Comunitáriô e CDR.

(Santiago é MC e grafiteiro em Foz do Iguaçu)

TRIBUTO AO SABOTAGE

Foi uma homenagem à altura. O 2° Tributo ao Sabotage organizado em Foz aconteceu no Casulo Rock Bar (Bar da Cris) na noite de 21 de março. O mano Sabotage (Maestro do Canão) foi assassinado no dia 24 de janeiro de 2003 e deixou um cd gravado e muita saudade. O álbum Rap é Compromisso lançou-o no cenário Rap com muito destaque e depois ninguém mais segurou o maluco. Os manos e minas que colaram no tributo puderam acompanhar todas as novidades, inclusive a parte de um documentário produzido pelo portal Rap Nacional. Assistiram vídeos clipes e homenagens ao mano Sabota, ele que levou a favela para o cinema nacional “as grandes telas e tal” participando dos filmes Carandiru e O Invasor.

No filme O Invasor participou também da trilha sonora, sendo premiado no festival de Brasília. Sabotage trabalhou com o Instituto onde produziu os sons Cabeça de Nego e Dama Tereza, fugindo um pouco do estilo rap. Os b.boys do Cartel do Break colaram no show e puderam dançar nos sons do sabota, inclusive num remix produzido pelo Cartel do Rap. Os grupos que apresentaram-se são: Mano Zeu, Eloquentes, ADP e Gangsta Crime. Os malucos de Cascavel também colaram. Apresentaram-se no evento os grupos: Estilo de Rua e Família VP.

Que o Mano Sabotage esteja em um bom lugar!!!




IDÉIA PRA PERIFERIA

Idéia do Bairro: (Por Mano Edo)

VIII - Falta Estrutura.

Os dois moleques, Gugu e Gustavo depois de chegarem do centro – no caso um do centro o outro do CIAAD – começaram a conversar na esquina da casa de Gustavo e ao lado era onde entregava os materiais recicláveis (o material recolhido e reciclado) o papelão, o plástico, a latinha, o cobre e o ferro. Um perguntou ao outro:

- Onde andou Gugu?

- A polícia me prendeu e depois me soltou, eu estava no CIAAD. – Gugu responde bem faceiro.

Enquanto isso, na esquina, começa a passar vários cavalos com charretes, todas cobertas de recicláveis, e apenas Gugu não conseguiu lucrar coisa alguma; por causa de sua estupidez e ignorância, geralmente o que se colhe é o que se planta, se plantarmos o mal colheremos o mal. Sorte de Gugu que a dona não quis levar o caso mais a sério, a velhinha que foi roubada por Gugu.

- Gugu, lembra daquela mulher ali que está passando?

- Não, não lembro!

- É aquela que passou por nós no centro e comentou com uma outra mulher que conhecia nós. Perto da Calce Pague.

- Ah sim, agora lembro, aquela que disse “coitadinhos” a nós!

- Pior, é a própria.

No lado esquerdo da rua, as charretes estavam sendo descarregadas, foi quando o cavalo se soltou da charrete e foi para o lado da moça. A moça levou um susto, pensou que iria ser atropelada pelo cavalo. Mas, tudo acabou certo. Assim que passa a moça, passam três adolescentes fazendo um gesto com a mão; esfregavam os dedos direito na palma da mão esquerda. Gugu já disse imediatamente aos meninos que com classificação socialista seria chamados de caterva (grupo, conjunto, quadrilha).

- E essa madeira aí? Tem condições ou ficarão na encolha?

- O que foi que disse?

Um dos três meninos interrogou Gustavo e não Gugu.

- O que foi que disse?

- Se tem condições de dar uma bola nessa madeira. - Gugu respondeu a um dos meninos.

Na rua de cima é avistado uma viatura do 14° Batalhão da PM que estava descendo para o lado dos meninos, ou seja, na esquina. Gustavo diz aos meninos:

- Tem uma viatura vindo para o nosso lado, dispensa o flagrante cara.

Os meninos nem deram ouvido a Gustavo e de repente levam abordagem.

- Mãos na cabeça todos vocês. O que tem na mão?

- É um baseado que estava dechavando pra eu fumar!

- Mas com essa idade? Por isso que o Brasil não muda; falta muita
estrutura ainda. Crianças com drogas.

O moleque levou um tapa na cabeça e foram todos liberados, e a droga fora levada pelos policiais. A viatura segue em frente e vira na 4° esquina a direita. Passa alguns segundos e projéteis são deflagrados.

(Edo é B.boy, arte-educador e estudante de letras em Foz).

DJ com diploma? (Por: Eliane Silva Pinto)


A polêmica lei do diploma aos DJs


O projeto de lei apresentado pelo senador Romeu Tuma (PTB-SP) que exige dos DJs diploma e registro na Delegacia Regional do Trabalho levantou uma séria discussão em todo o país. A lei já foi aprovada pela Comissão de Cultura, Educação e Esporte. Mas, para entrar em vigor, precisa ainda passar por uma votação no plenário do Senado, depois pela Câmara dos Deputados. A última etapa é receber a sanção do presidente da República. Mas até lá as polêmicas continuam, desde o começo de fevereiro, quando a proposta foi apresentada, os DJs começaram um verdadeiro "duelo" sobre o assunto, afinal eles serão os beneficiados, ou como muitos afirmam, nem tanto assim. Essa é a opinião de Maurício Carneiro, o DJ Saddam, integrante da Nação Hip-Hop Brasil. "A lei é ruim e não muda muito a realidade dos profissionais, a não ser pelo fato do reconhecimento legal da profissão (que já é reconhecida há muito pela sociedade), mas não altera praticamente em nada a situação da maioria da classe, composta de autônomos", afirma.

Ele é a favor da regularização da profissão, porém com modificações na proposta apresentada. “Defendo a regulamentação da profissão DJ pela Ordem dos Músicos do Brasil (OMB), seríamos elevados à condição de artistas da música, que é o que somos. Esta proposta tem o apoio de vários conceituados DJs cariocas do Hip- Hop, do main stream, do Funk (incluindo ícones como Marlboro, Tubarão e Grandmaster Raphael) e da música eletrônica.". Quanto a participação de 70% de DJs nacionais nos eventos, proposto pela lei, Saddam ressalta que isso acontece em todos os eventos, sempre há DJs nacionais tocando. "É o tipo de proposta de gente que está fora do mercado", comenta.

E a fiscalização?

De acordo com a proposta de lei, o Ministério do Trabalho (MEC) e o sindicato da categoria seriam os responsáveis pelo credenciamento dos cursos de DJ, assim como caberá ao sindicato uma carta para os DJs que já tiverem em atividade até a promulgação da lei. Segundo Saddam, o sindicato precisará ser muito criterioso e não fazer da lei “um negócio lucrativo, com as cartas sendo cobradas para os DJs e os cursos cobrados para se credenciarem”. Saddam defende uma discussão mais ampliada sobre o assunto para que se tenha um resultado mais satisfatório. “Queremos sim a regulamentação da profissão, mas não deste jeito”, finaliza.

Fonte: www.nacaohiphopbrasil.com.br

AS MUITAS FACES DE FOZ DO IGUAÇU

(Por: Danilo George e Eliseu Pirocelli)

JOÃO MALABARES E A TROUPE LUZ DA LUA



João Batista de Andrade, conhecido também como João Malabares tem 35 anos e é formado em Serviço Social. Nasceu no município de Ilha Solteira e veio pra Foz do Iguaçu junto com os pais quando tinha 3 anos de idade; hoje se considera um iguaçuense nativo. O pai é barrageiro, já trabalhava com barragem em Ilha Solteira e veio pra Foz para trabalhar na gigante Itaipu. Morou na Vila A, Cohapar, Libra e Centro. Cresceu junto com as outras crianças filhas de barrageiros e sua infância foi muito boa, sempre brincando, jogando futebol e bola de gude. Teve alguns privilégios por ser filho de barrageiro, pois a vila dispunha de clube, hospital e outras regalias dadas pela Itaipu aos funcionários que moravam na Vila A.

João Malabares se envolveu com o Circo há 4 anos atrás. Começou fazendo oficinas de perna de pau e depois conheceu uns viajantes malabaristas através da Casa do Teatro. Mais pra frente montou um grupo direcionado para o circo. João, Regis, Thiago e Valdirene fazem parte da Troupe Luz da Lua e desenvolvem a arte do Malabares, Palhaço, Equilíbrio e Acrobacia.



O nome “Luz da Lua” veio à tona por causa do horário em que eles ensaiavam. Como a galera não tinha tempo de ensaiar, estudavam até tarde, faziam faculdade, trabalhavam, começaram a praticar no período da noite. Os ensaios eram nas praças, de madrugada, à Luz da Lua. João acredita que os artistas de rua – que trabalham nos faróis - não ficam em Foz porque a galera não valoriza e assim eles não conseguem sobreviver da arte. Os bons artistas ficam um, dois dias na cidade, se decepcionam e partem pra outra. Disse que já trabalhou em Farol na cidade de Londrina e o reconhecimento é outro, o povo aceita mais tranqüilo a arte de rua. “Lá em Londrina se você for trabalhar umas 3 horas de farol você vai descolar uns 60 reais. É uma boa grana, a galera ajuda e tal. Aqui em Foz eu diria que o cara vai arrumar 20 reais, com esperança. Aqui é difícil”.

Apesar da triste realidade da fronteira, João traz uma visão otimista com o futuro dos artistas da cidade. A Troupe já se apresentou no Paraguai e acredita numa possibilidade de intercâmbio com os países vizinhos. “Em Foz tem um multiculturalismo gigantesco, se a gente pudesse ter esse contato com tudo isso, e outras pessoas também, é só pra aproveitar, né. Estudar sobre isso... isso é um meio de transformação, esse multiculturalismo”. Afirmou que em Foz pro artista crescer tem que querer, ter disposição, tem que buscar o respeito que a comunidade quer. Tem que ta lutando, ter organização no movimento, buscar recurso para formar agentes culturais. Tem que se profissionalizar.

A Troupe Luz da Lua já se apresentou em aniversários, casamentos, hotéis, praças, escolas, na rua, nos ônibus, no terminal, em hospitais. Já chegou até a ir no Domingão do Faustão, no programa Se Vira nos 30. Não faz distinção de locais para se apresentar, onde tenha o público interessado em receber aquela forma de arte, mesmo que seja somente uma pessoa, já acha satisfatório e realizador. João acredita que o artista tem que amadurecer, se articular, buscar recursos, realizar seu sonho e de repente protagonizar o sonho de outras crianças também: 'o sonho de ser artista'. “Porque muitas crianças querem ser artistas. Quem disse que ela quer ser carregadora de caixa de cigarro? quem disse que ela quer ser lavador de carro? quem disse que ela quer ser só vendedor de telefone celular? Não tenho nada contra nenhuma profissão, cara, ta entendendo? Mas eu acho que cada um poderia ter o direito de escolher o que gostaria de fazer”. E é com esse pensamento que a Troupe trabalha em diversos projetos sociais onde ensina a arte circense para crianças carentes.



Ele concorda que quem trabalha com arte no Brasil vive de forma muito precária e diz que a arte tem o poder de melhorar a vida das pessoas. “No meu ponto de vista, eu acho que essa cultura do entretenimento, da arte, ela só tem a trazer coisas boas para a sociedade. Porque naquele momento ela está se desvinculando de todos os seus problemas, de todas as suas contas, de todos os seus egoísmos, entendeu, pra poder ta participando de uma coisa que é pro bem. Mas a pessoa tem que aceitar isso. Ela vai ter que ta disposta a aceitar isso, pra ter esse entendimento”.

João não concorda que o circo está em queda. Sabe das dificuldades que é manter um circo grande hoje em dia. Existe uma lei de incentivo aos grandes grupos de circo e alguns grupos tradicionais resistiram. Os grandes grupos de circo diminuíram e surgiram grupos pequenos. Hoje 3 pessoas formam um grupo de circo, não precisa mais de 100 pessoas. “Eu não vejo uma queda na atividade circense, eu vejo uma reerguida na atividade circense com esses grupos que estão aprendendo técnicas de circo através de cursos e tal. Está muito mais aberto hoje, entendeu. É uma reerguida nova do circo chamado: 'Circo Novo'. É uma nova escola, os malabaristas de rua. Eles vêm e te dão uma aula de muitas técnicas no sinal e você vai embora”.

Ele diz que já passou o tempo dos circos usarem animais nas apresentações “Eu acredito que a nova tendência do circo mesmo é 'nós, os seres racionais' fazermos os números, tal, né. Existem muitas coisas amplas e os animais devem servir praquilo que eles vieram ao mundo, de natureza, não pra ta preso e ser judiado”.

TROUPE LUZ DA LUA



TROUPE LUZ DA LUA

VÍDEOS DA TROUPE LUZ DA LUA







PROFESSOR MICHAEL E A COMPANHIA DE RUA

Michael Rodrigues, 38 anos, é professor de Break ou Dança de Rua em Foz do Iguaçu. Esse guerreiro dedicou quase toda a sua vida com a dança e é envolvido há 20 anos na cultura Hip-Hop. A sua infância foi marcada por grandes dificuldades, morou por dois anos em uma praça na cidade de Viamão-RS, sofreu muito nas ruas, mas sobreviveu: “Eu às vezes deitava num banco da praça, aí vinha um outro morador de rua e me expulsava, dizia que aquele banco era dele, eu não entendia como alguém podia ser dono da praça, com o tempo fui compreendendo, aprendi a me virar sozinho”. Além das praças morou em diversas quebradas em Porto Alegre, São Paulo, Rio de Janeiro, em todas trabalhou com a dança, já passaram mais de 1000 alunos nessas duas décadas.

Há nove anos reside em Foz do Iguaçu, a sua vinda pra Foz se deu no ano 2000, veio para a cidade por acreditar que aqui o Hip-Hop já estava estabelecido e via na tríplice fronteira uma grande oportunidade de se apresentar e percorrer outros países. Mas foi uma desilusão, pois nesse ano o movimento começava a dar seus primeiros passos na cidade, e percebeu que a relação de fronteira com outros países não se davam conforme idealizava, e se “propagandeia” por aí, dessa forma ajudou a construir e fortalecer o movimento, iniciando aulas de Break na Fundação Cultural. Trabalhou 3 anos na fundação, mas não viu boa vontade por parte da instituição, que no fim dos espetáculos pegava o material que tinha sido cedido para a dança, como roupas e toucas para a apresentação.

Michael deixa claro que prefere trabalhar com criança, “é mais fácil de moldar, o adolescente é complicado, muitas vezes faltam com o respeito” dessa forma se posiciona como educador, exige uma postura dos alunos, busca estabelecer uma conduta aonde os alunos, não devem beber nem fumar. “Eu passei diversas dificuldades na vida, nunca usei droga, não bebi, não fumei, não quero que um aluno meu vá para esse lado”.

Para ele a praxes não se separa da cultura Hip-Hop, o Hip-Hop aparece em sua fala como posição política “política não é só subir numa plenária e falar, política é agir na vida das pessoas, e entrar no seu cotidiano, no seu mundo”.

Quando chegou na cidade, no ano 2000, montou uma crew de break chamada Companhia de Rua. A princípio a idéia era que se chamaria Street Company, mas achou muito americanizado e resolveu procurar um nome nacional. A CIA de Rua apresentou-se por toda a cidade de Foz do Iguaçu além das cidades de Marechal Candido Rondon, Serranópolis e Campo Mourão. Também já apresentaram-se no Paraguai e na Argentina. Já passou pela crew mais de 200 dançarinos entre B.Boys e B. Girls, mas atualmente, buscando o lado mais profissional e compromissado está com apenas duas pessoas.




A dupla Michael e Sérgio Sena trabalham com oficinas. Michael trabalha na Casa do Teatro e Escola Osvaldo Cruz, Sérgio Sena trabalha na KLP e no Centro Comunitário da vila C, também está com um projeto para ampliação das oficinas que serão levadas para os colégios públicos do bairro. Michael ainda trabalha no CIAADI (Centro Integrado de Atendimento ao Adolescente Infrator), busca através do hip-hop passar alguns ensinamentos, para os jovens e por ter sido morador de rua enxerga nesse trabalho a oportunidade que não teve: “Quando morei na rua, ninguém falou pra mim de hip-hop, dança, eu fui buscando esse caminho, hoje quero levar esse caminho para muita gente”. Ele afirma que a mesma forma que trabalha com os meninos do CIAADI, é a mesma forma que trabalha com alunos de outros lugares, “eu falo a mesma coisa para todos, a idéia é a mesma, cobro a mesma postura”. Se personifica no Rap e defende o movimento perante a sociedade, muitas vezes para o espetáculo quando percebe algum olhar ou comentário que não o agrada. Sobre esse processo ele explica: “não sou mal, sou fiel ao movimento e defendo meu trabalho” e complementa: “Devemos conhecer o movimento, antes de formar alguma crítica”.

Michael ainda faz severas críticas ao próprio movimento hip-hop, na sua opinião, o movimento bate hoje muito na mesma tecla “a gente fala muito de polícia e política, por que ficar falando desses caras, eles não estão nem ai pra gente, então por que ficar falando deles”. Para ele é necessário, trazer novas abordagens, dessa forma garante que o hip-hop nos anos de 1990 estacionou.

Michael renuncia ainda o direito a memória que o foi negado se colocando como atuante do movimento desde meados dos anos 80, enquanto residia em Porto Alegre e lá o movimento começava a dar seus primeiros passos “teve mais de mil pessoas que construíram o movimento e só falam do Thaide e DJ Hum”. Michael sobrevive da dança e do movimento hip-hop, da forma difícil e precária que vive a maioria dos produtores culturais do país, dessa maneira ele continua sobrevivendo.

COMPANHIA DE RUA












PIÃO DE VIDA LOKA NA PRAÇA DO MITRE!!!