Eu estava sentado num banco, na pista de caminhada da Avenida Paraná, quando observei um casal de papagaios. “Gritavam” no alto de uma lindíssima árvore que há por ali. Disseram-me, certa vez, que o casal voa sempre junto. Era uma cena bonita. Esclarecedora. Um dava ao outro a maior prova de amor que existe: a companhia. Pensei como aquilo poderia mudar a vida de todos que por ali passavam. Imaginem: Você andando na rua, triste e desconsolado, quando observa duas aves felizes e apaixonadas. A natureza certamente conspiraria para melhorar seus pensamentos. Resolvi observar qual seria a reação das pessoas ao observar tal cena. Será que iriam sorrir? Ou será que iriam parar para mostrar para outros pedestres? Será que os carros e os ônibus parariam (e perderiam um minuto de seu dia) para que os passageiros pudessem também desfrutar daquele momento único em nossa cidade? Talvez, as pessoas tirariam fotos com seus modernos celulares? Olhei a minha volta, para “estudar” o ser humano e suas reações. Ninguém viu nada. Ninguém olhou para o casal de aves. Todos que passavam olhavam apenas para o novo Shopping, que ficava do lado de lá da rua. Os carros reduziam a velocidade. Os passantes paravam. Os passageiros do transporte coletivo esticavam o pescoço. O casal de papagaio perdeu a cena. Saíram voando e foram se mostrar em outro lugar. E eu levantei e fui embora também.
(Luiz Henrique é escritor, dramaturgo, poeta e estudante de arquitetura em Foz).
Fonte: Zine A Vida Gira nº 02, Agosto de 2008.
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segunda-feira, 11 de agosto de 2008
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