terça-feira, 9 de dezembro de 2008

A CIDADE É A CASA DO HOMEM (Por: Luiz Henrique Dias da Silva)

ALMIRANTE BARROSO

As pessoas que se aventuram em “subir” a Rua Almirante Barroso podem apreciar as belas lojas ali instaladas. Eu particularmente gosto mais da livraria, mas há possibilidade de atender a todos os gostos: várias óticas, loja de discos e, claro, lojas de roupas. As mais requintadas da cidade. Mostram, em suas oponentes e iluminadas vitrines, as tendências da moda, as cores da estação, o requinte, o “bom gosto” e a ousadia. Agora, garanto: o que mais chama a atenção dos que por ali passam não são as roupas da moda. São os preços. Muitos podem dizer que “ninguém é obrigado a comprar, paga quem quer” ou “você diz assim porque não pode comprar em uma dessas lojas” ou frases do gênero. O fato é que poucos moradores de nossa cidade podem ter acesso aos produtos que as lojas ali expõem. Podemos ser mais precisos se dissermos que muitos cidadãos mal conseguem pagar suas contas, seu aluguel, comer com qualidade, se vestir dignamente e ter lazer. Os donos dos estabelecimentos não têm culpa e não devem ser condenados pelas mazelas da sociedade, mas deveriam, no mínimo, ter vergonha de mostrar o luxo ao cidadão comum. Nesta sexta, um morador de rua estava parado em frente a uma loja dessas. Ficava olhando. Apreciando as roupas que embelezam (ou não) as madames desta sociedade segregada e individualista. Eu passei por ali e segui meu caminho. Antes de dobrar a esquina, não pude me conter e olhei para trás. Ele ainda estava ali.

(Luiz Henrique é professor e estudante de arquitetura em Foz do Iguaçu.

e-mail: imobz@hotmail.com)

Fonte: www.acasadohomem.blogspot.com

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