Na foto, o bebê nascido na África mama no peito seco e murcho de sua mãe. Sua mãe não sabe o que é comida desde que seu filho nasceu. Ela, com seu corpo magro, sofre com a desigualdade social. Sem sapatos, os pés voltam do canavial cansados como os braços, calejados como as mãos e pesados como os olhos. Depois de um dia exaustivo de trabalho chega em casa e prepara um prato de calango para dividir com seus filhos. Esses pés e essas mãos brasileiras também sofrem com as diferenças sociais.
O homem do campo de punhos fechados e peito aberto encara o homem fardado que empunha um rifle. O homem do campo sujo e faminto luta por seus direitos enquanto o homem de farda luta em defesa do homem de terno e dinheiro no banco. O homem do campo sofre com as diferenças sociais.
O mendigo abaixou suas calças e ficou de cócoras. Há horas ele está ali perto do meio-fio, mas ninguém se importa. A sensibilidade perdeu seu lugar para o dinheiro.
O cadeirante sofre com a falta de acessibilidade. Além de sua limitação física sofre a limitação imposta pela sociedade excludente. Eles também sentem dolorosamente as diferenças e desigualdades sociais.
O homem inventa e reinventa seu mundo. Cansado deste, passa para um planeta casto, onde inventa e reinventa e desumaniza ainda mais.
(Carol é estudante de letras em Foz do Iguaçu).
sexta-feira, 6 de março de 2009
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