A mãozinha delicada remexe o lixo e pega a sacolinha branca de mercado com o lixo do meu banheiro. Papel higiênico, absorvente usado e fralda suja.
- Que merda!
As mãos pequenas agora fedem...
A mão de dedos magros agora vai para o outro lado e remexe o lixo da minha cozinha. Procura nos restos algo que possa aproveitar. Pega o tomate podre, a maçã estragada, sente o feijão azedo, a carne cheia de vermes e um pacote de bolacha fechado.
A mão pequena ainda fede...
No topo da desova dos meus restos, a mão de dedos magros encontra minha roupa suja.
Veste sem se importar com o cheiro e vai pra casa. Esse corpo esguio agora fede. Pelas ruas, na volta para seu castelo, vê carros, brinquedos, restaurantes e roupas limpas. Os narizes torcem, os olhos não vêem, as mãos não tocam e a boca ri.
Esse corpo pequeno e frágil fede.
Aos poucos, a boca pequena fala, seu riso se esvai, o ódio aumenta e você não satiriza, chora.
Quem sente o cheiro agora?
(Carol é estudante de letras em Foz)
- Que merda!
As mãos pequenas agora fedem...
A mão de dedos magros agora vai para o outro lado e remexe o lixo da minha cozinha. Procura nos restos algo que possa aproveitar. Pega o tomate podre, a maçã estragada, sente o feijão azedo, a carne cheia de vermes e um pacote de bolacha fechado.
A mão pequena ainda fede...
No topo da desova dos meus restos, a mão de dedos magros encontra minha roupa suja.
Veste sem se importar com o cheiro e vai pra casa. Esse corpo esguio agora fede. Pelas ruas, na volta para seu castelo, vê carros, brinquedos, restaurantes e roupas limpas. Os narizes torcem, os olhos não vêem, as mãos não tocam e a boca ri.
Esse corpo pequeno e frágil fede.
Aos poucos, a boca pequena fala, seu riso se esvai, o ódio aumenta e você não satiriza, chora.
Quem sente o cheiro agora?
(Carol é estudante de letras em Foz)
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