Quem chora por Gaza?
É a morte! É a morte!
Mata-se a planta na flor.
Pobres bebês palestinos
que já nascem em caixões!
Onde estão as aves
que não cantam mais?
Onde estão as estrelas
que iluminaram Maimônides e Avicena?
Até a flagrância das roseiras é amarga.
Quem chora pelas crianças palestinas?
Por que os israelenses não reagem
contra seus dirigentes?
Por que não se repugnam
contra o altar dos sacrifícios?
Terão perdido sua humanidade?
Gente de imunda hipocrisia
que não poupa sequer os hospitais.
Eles exibem com orgulho o progresso
que o demônio realizou.
Satânicos, querem provar que o diabo
é mais poderoso que Deus.
Até quando terão razão?
Eis uma sociedade decadente e doente
que vive na idade das trevas.
Plantaram muros na terra de leite e do mel.
Prosperam os arames farpados.
Já não se colhe alimentos, mas horrores.
Seus governantes praticam
o ideal da perversidade.
São energúmenos perturbados.
São os filhos do abismo.
Eles se odeiam e têm horror de si mesmos.
Até quando Jerusalém, até quando?
Quem chora por Gaza?
(Georges Bourdoukan).
******************
“Os vencidos de agora
Serão os vencedores de amanhã
E o hoje nascerá do jamais”
(Bertolt Brecht)
*****************
Pássaros libertários
Que vivam os estudantes
Jardim das alegrias
São aves que não se assustam
De animal nem de polícia
Não lhes assustam as balas
Nem os latidos dos cães
Que vivam os estudantes
Quegritam como os ventos
Quando lhes chegam aos ouvidos
Botinas ou regimentos
(Violeta Parra).
*****************
Fazer
Ir quando se quer ficar
ficar com fome quando se quer comer
rir quando se quer chorar
morrer quando se quer viver
calar quando se quer gritar
esconder-se quando se quer mostrar
voltar ... quando se quer terminar...
(Misk, Foz)
********************
Uns querem bala perdida
nós poesia
quem cala a ferida, anemia.
A pólvora que risca o beco
sai dos lábios que nem tiro sêco.
Poema traçante
que rasga o peito da noite,
um levante,
levando declaração de guerra
camuflada de alegria.
Avante,
nosso exército
marcha nas sombras
sem pisar nas flores das primaveras
que plantaram bombas.
O Poema que voa
não é pássaro nem avião
muito menos
projétil de metralhadora.
O perigo da poesia
Não está no balão que baila no ar,
mas nas mãos duras
que cavam o pão amargo
do dia a dia
nas trincheiras do trigo
e da erva daninha.
Sim, gás Sarin
contra nossa letra torta.
Mas, o que não mata engorda.
Em tempo da tua paz
Verás que nem tudo era
palavra, em ar comprimido,
e quando o gás do teu riso acabar
é nossa vez de chegar
com o Urânio enriquecido.
Sérgio Vaz
************
Na parede de um botequim de Madri,
um cartaz avisa:
Proibido cantar.
Na parede do aeroporto do Rio de Janeiro,
um aviso informa:
É proibido brincar com os carrinhos porta-bagagem.
Ou seja:
Ainda existe gente que canta, ainda existe gente que brinca.
(Eduardo Galeano).
*********************
A Beleza é um grito
É um fruto
A beleza é um vício
É um mergulho vivo
No infinito
(Afonso Romano de Sant'anna)
*************
Vestidoimundo
costasnuaspelasruas
pelasruasemsuasvestes
vestespesadasepoluídas
suasvestespelasruas
rasgadasesujas
retratamasruasnuas
nosrestosindigestos
afalsafarsadaalimentação
cale-se e coma
sem seu vale alimentação
suasvestesdoloridas
nasruasemsolidão
somemoumisturamseaescuridão
nestasvestesmedíocres
insistoepensopranãoser
maisumdesnudoimundo
quesóvestemarca
edesnudaomundosemsaber
(Carol, Foz).
****************
quinta-feira, 21 de maio de 2009
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário