(Uma hipérbole romântica sobre a fuga)
O sorriso amarelo estampado na minha face esconde todos os medos e frustrações que gritam no âmago da minha alma. Ainda mais hoje, com essa chuvinha tão tola que não deixa de cair.
Saio da sala, acendo um cigarro e uma lágrima aparece tímida no canto do meu olho...
Acompanho a chuva, acompanho a fumaça do meu cigarro, acompanho todos os movimentos lentos...
Tento pensar em outras coisas, tento esquecer você, tento esquecer que um dia...
Que um dia eu fugi.
A fuga.
A ilusão... A construção de uma falsa realidade, de uma falsa personalidade...
A força.
O medo... A fraqueza... A ânsia de romper com a crueldade e a frialdade desse mundo individualista e moralista... Às vezes penso que não vale nada ser forte. Você tenta se manter forte o tempo todo, tenta se manter na linha, mas na verdade não passa de um grande e imenso covarde.
A lembrança...
As tardes de sol... As brigas... Os reencontros...
A vírgula...
O tempo de parar, de pensar, de respirar...
A pausa...
As reticências e a incapacidade de por um ponto final em uma simples frase como “até nunca mais”...
Acaba meu cigarro... A chuva danada não acaba...
Pego uma revista de fofoca...
Signos... Barracos... Futebol...
Nem essas coisas mais banais conseguem prender minha atenção...
Acendo outro cigarro...
Fecho os olhos e deixo minha mente livre...
A deixo livre para fugir...
Abandono tudo o que possuo...
Desligo meu telefone... Fecho minhas portas... Tranco minhas janelas...
Vou até a geladeira, abro uma cerveja e sento na cama...
Acendo o último cigarro da noite...
Me desligo do mundo todo e vivo um momento recortado de fuga e solidão...
(Carol é estudante de Letras em Foz).
sexta-feira, 9 de outubro de 2009
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