sexta-feira, 9 de outubro de 2009

POESIAS E PENSAMENTOS

DO POVO BUSCAMOS A FORÇA

Não basta que seja pura e justa
a nossa causa
é necessário que a pureza e a justiça
Estejam dentro de nós.

Dos que vieram e conosco se aliaram
muitos traziam sombras no olhar.
Para alguns deles a razão da luta
era só ódio: um ódio antigo,
centrado e surdo como uma lança.

Para alguns outros era uma bolsa:
bolsa vazia (queria enchê-la)
Queriam enchê-la com coisas sujas,
Inconfessáveis.

Outros viemos,
lutar pra nós e ver aquilo que
o povo quer realizado.

É ter a terra onde nascemos.
É sermos livres para trabalhar.
É ter pra nós o que criamos.
Lutar pra nós é um destino
é uma ponte entre a descrença
e a certeza de um Mundo Novo.

Na mesma barca nos encontramos.
Todos concordam: Vamos lutar...
Lutar pra que?
Pra dar vazão ao ódio antigo
ou pra ganharmos a liberdade?

E ter pra nós o que criamos?

Na mesma barca nos encontramos.
Quem há de ser o timoneiro?

Ah!.. as tramas que eles teceram!
Ah!... as lutas que ai travamos!

Mantivemo-nos firmes:
No povo buscaremos a força e a razão...
Inexoravelmente, como uma onda que
ninguém trava, vencemos.

O Povo tomou a direção da barca.
Mas a lição está aí, foi aprendida:

não basta que seja pura e justa
a nossa causa.
é necessário que a pureza e a justiça
Existam dentro de nós.

(Agostinho Neto)

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Caindo
Eles param
Meu corpo
Na beira do precipício
Eu pedindo ajuda
Mas ninguém
Me ouvindo
Ouço só as taças
E um belo brinde

(Santiago, Foz)

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Se o canto é melódico;
O tempo faz a trova,
o canto, à melodia,
o refrão e o eco a vida...

Quem muito cedo acorda.
Pega insônia mais cedo.

As tempestades de horrores,
São lágrimas de crianças.

(Edson de Carvalho, Foz)

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ESTATÍSTICA

Na cidade de Foz do Iguaçu
Triste constatação
A mais violenta do Estado do Paraná
Também uma das mais violentas do país
São menores de idade
Envolvidos com o tráfico, com a maldade
Onde estão os projetos sociais
O trabalho com a comunidade
Com teatro, dança, música, cultura
E a educação
Vamos dar oportunidades
Pro adolescente tomar uma decisão
Caso contrário o adolescente sem opção
Tem na criminalidade a única inspiração

Salve, Salve, Cartel do Rap
“A Chave é a União”
Assim diz o Fanzine da informação
O tráfego de palavras para uma conscientização
Que pelo trabalho para socioinformação
Vamos juntos abraçar esta bandeira
Da liberdade de expressão
Anunciar ao jovem que ele tem opção
Para não virar mais uma estatística
Na mídia, como mais uma vítima
Da criminalização

(Sandro de Carvalho, O Poeta de Rua, Foz).

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Desejo


Desejo aquilo que não vejo
aquilo que nunca comi
que gosto tem?... É bom?
E por que?
Me atrai quem não conheço
então esqueço
ou não?
Devo seguir adiante
ir ate o fim, se molhar
e viver...

(Mysk, Foz)

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Igual a você, porém diferente a você


Eu sou você, mas você não pode ver,
porque você não quer ser e nem que ver,
quem é você!?
Eu sou, tu és, nós somos o que somos
quem somos?
Somos quem e o que não somos
não somamos com quem amamos
porque no fundo da verdade
Não gostamos do que somos.
Eu sou você.

(Delírio Black)

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Fugacidade


Fuga feita
Fogo fatal
Fechou de fato!
Função fosca?
Fortificante...
Fraseio num frenesi
Frêmitos fubecados
Fatais e febricitantes
Feitos à federação.

Fudidos? Favelados?

Fortes faminintos
Faladores sem farda
Famosos “faz-tudo”
Freiam os falazes
Falem os falsos
Fazem da função
Falível e fugaz
Fato fatalmente
Firmado com firmeza.

(Carol, Foz)

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