Não sei onde estava, talvez cuidando dos filhos, olhando meu umbigo, quando aos poucos foram tirando aquele pedacinho da mata, ali ao lado da minha casa. O processo foi lento. Primeiro cortaram as pequenas árvores, os cipós e trepadeiras. Depois as árvores de pequeno porte. Para acabar com a floresta foi fácil, quase uma eutanásia assistida. A mesma mata semi-abatida foi o combustível para pequenos focos de fogueiras, que assim num dia quente passa despercebido, apenas a fumaça incomoda alguns, outros nem tanto. Pois é nesse dia estava aí, talvez nesses dias de agonia da pequena floresta, cercada de casas e humanos por todos os lados, eu buscava ganhar algum ou defendendo alguma causa nobre sobre o aquecimento global do Planeta e que algum país desenvolvido seja o culpado.
Nem vi ou fingi que não vi quando o fogo lambia a pequena floresta bem ali embaixo do meu nariz. Cuidava da vida ensinando os filhos o quanto é bom defender o meio ambiente. Com o fim da pequena floresta, os pequenos animais, lagartos, cutias, sabiás, borboletas agora sumiram. E o mais importante na visão humana da coisa: o ar puro também.
E nesse calor de 40º graus fico filosofando o quanto os norte-americanos são uns filhos-da-putas por acabar com o planeta.
(Adilson Borges é colaborador do MEGAFONE).
Fonte:
www.megafone.inf.br
sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009
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