sexta-feira, 6 de março de 2009

Poesias e Pensamentos

Eu, Joanna

As palavras não surgem,
Não brindam,
Não rugem.
Prostram-se
Caladas,
Nas bocas
Fechadas.
Espaços mudos
Do nosso ser.

Reluto
Armada,
Dos pés à cabeça,
E de Joanna roubo
A echarpe de ferro
E o cinto do clero
Que ela não queimou.
Avanço o limite
Do chão.
Pedregulho
Que Afrodite
Pisou.

Encanto-te a alma,
E guardo na calma
Tuas chaves
De rei.
E na fogueira
Da cama
Saio ilesa.
Você, poder deposto,
Me acaricia o rosto,
E solta-me as mãos.

(Ana Peluso)

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As estações
A lua e suas fases
As lutas
Os deuses e seus milagres

Os dias
As opções que nos oferecem
Os meses
As riquezas pr'os que não merecem

As flores
As cores do nosso caminho
As dores
As regras no pergaminho

Os motivos
Todas nossas razões
As lideranças
Que obstruem nossas direções.

As mudanças
Que demoram a chegar
As mudanças
As vezes param no mesmo lugar.

(Carol, Foz).


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SONHOS

Eu acredito em sonhos...
eu acredito em fadas...
eu acredito em ets...
eu acredito em justiça social
eu acredito em consciência ecológica
eu acredito num país
sem desigualdade social
eu acredito na paz mundial...
eu acredito em carros
movidos a energia sustentável...
eu acredito em fadas....

(Mysk, Foz).


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Eu já não suporto mais
Do tempo tantas revoltas
Prazer, por que não me prendes?
Mágoa, por que não me soltas?
Presente, por que não foges?
Passado, por que não voltas?

(Lourival Batista, Louro do Pajeú)


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A modernidade

Modernidade .
Evolução
Tecnologia
Razão

Século Xxl
Burocracia
Crônicas
Filosofias

Cada dia que passa
Surgem idéias novas
Formas diferentes
Diferentes prosas
A informática

O automobilismo
O CHIP toma conta
Paraíso
Ascensão do capital
Contendas
Crimes
Em agendas

A genética
Ecologia
Extinção animal
Malícia em ira
A modernidade
Quem diria

(Edson de Carvalho, Foz)


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Insanidade Lógica

Hoje estou vermelho sangue
Vermelho vida
Em carne viva

A última gota é doce
O último suspiro é suave
Com minhas unhas negras
rasgarei a carne
e mato
Um minueto ao meu prazer
E escaldada
No calor orgasmico
Na minha insanidade lógica.

(Mysk, Foz).


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No terceiro parágrafo da página 143
O Cavaleiro Andante apenas sonha
Caufield só sabe criticar
Henry Miller se diverte com as putas
E Winston chora pelo grande irmão

Dom Casmurro foi traído
O Santo Graau foi descoberto
Sofia descobre que é uma personagem
Hans Thomas vê o mundo através da lupa

Carter luta contra os monstros de Lovecraft
Jostein Gaarden dá vida às cartas
Alice no mundo das maravilhas
E eu detesto Paulo Coelho

(Robson Mattjie, Foz).

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Ser Mulher ...

Ser mulher, vir à luz trazendo a alma talhada
para os gozos da vida; a liberdade e o amor;
tentar da glória a etérea e altívola escalada,
na eterna aspiração de um sonho superior...

Ser mulher, desejar outra alma pura e alada
para poder, com ela, o infinito transpor;
sentir a vida triste, insípida, isolada,
buscar um companheiro e encontrar um senhor...

Ser mulher, calcular todo o infinito curto
para a larga expansão do desejado surto,
no ascenso espiritual aos perfeitos ideais...

Ser mulher, e, oh! atroz, tantálica tristeza!
ficar na vida qual uma águia inerte, presa
nos pesados grilhões dos preceitos sociais!

(Gilka Machado).

Um comentário:

Anônimo disse...

Esta é mais uma das experiâncias deste grande historiador que insiste em deslocar as estruturas do mundo capitalista em que teimammos em existir