terça-feira, 3 de novembro de 2009

CONTOS, CONTAS, CANTOS E CRÔNICAS (Por: Danilo George)

Vida nossa de todos os dias

Antonio é um jovem Italiano, oriundo de uma família com dificuldades financeiras, sempre sonhou em cursar letras. Através de uma bolsa de estudos conseguiu ir para a Universidade em Tourino.Centro industrial da Itália. A cidade na época passava por um rápido processo de industrialização, com as fábricas da Fiat recrutando trabalhadores de várias regiões da Itália. Antonio sempre refletiu sobre a sua dificuldade econômica, e se indignou com a condição de trabalho daquelas fábricas, pois via seu pai trabalhar arduamente e nunca prosperava. Posteriormente teve contato com o socialismo através de seu irmão que já militava no PC Italiano. O socialismo ajudou a formular melhor suas reflexões e lhe mostrou que romper aquela barbárie do capitalismo era a única chance de tirar a Itália daquela decadência no inicio do século XX. Antonio percebera que a imprensa daquele período estava sendo dominada pelos fascistas e junto com seu irmão, fundou o jornal “A nova ordem” que propunha divulgar a revolução soviética e defendiam a auto-organização dos trabalhadores. Assim Antonio conseguiu que o partido socialista Italiano aderisse a 3º internacional. A partir daí sofreu perseguição dos Fascistas que já visavam o poder naquele país.

Sua militância revolucionaria foi contida com sua prisão, impossibilitado de publicar seu jornal e seus ideais, começara a escrever na parede da cela, posteriormente ele consegue algumas folhas e organiza suas idéias que foram baseadas no papel do intelectual na sociedade, entendendo que surgiria da classe subalterna um tipo que era capaz de organizar seu povo. Seus escritos foram algo que não restringiram ao seu tempo, até hoje suas idéias continuam atuais e circulam pelo mundo inteiro; no Brasil seu pensamento chegou não através das universidades, mas através dos militantes políticos.
Antonio deixou um grande legado, provou a necessidade da classe subalterna de produzir seu próprio jornal, fazer a sua imprensa.

Assim a chama revolucionária ainda não se apagou e hoje muitos operários, camponeses, favelados fazem o seu jornal para não deixar que os atuais fascistas propaguem isoladamente sua ideologia como única.

(Danilo George é historiador e contador de histórias, garante que 99% das suas
narrativas são verídicas, o 1% é fruto da sua imaginação).

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