Medo do escuro
As nuvens cinzas e pesadas
assombram tua plantação,
tuas sementes assustadas
com o barulho do trovão
choram caladas
com os pés atolados no chão.
Eu estendo a mão ,
mas você não floresce
você não vêm.
.
No matagal o capitão-do-mato
se espalha feito joio no trigo
o pão tem o gosto horrível da escravidão
e o chicote estrala
na tua boca vazia
que se cala.
E eu te empresto as costas,
minha pele exposta...
mas você não vem,
não dá respostas.
.
Uma canção doce e alegre
que fala da tua tristeza
entra pelos teus ouvidos
e você ri, e dança
em torno de si mesma
soterrada em lágrimas pelo salão.
Num sussurro desafinado
imploro ao teus pés,
mas você não cansa,
é mansa
e também não vem.
A ventania
destelha teu coração..
Sem sentimento,
você ama sem amar
e de mãos dadas
caminha saltitante com a solidão
nas ruas esburacadas à procura de um lar.
Eu abro as portas,
mas você não vem,é torta
não quer entrar.
.
A Vida dói
como uma faca enferrujada na garganta
e você,
Alice no país das maravilhas,
covarde como um leão
foge das hienas
para dentro da densa selva.
Abatida
eu lambo
tuas feridas,
mas você não vem
não me cicatriza.
.
Uma manhã mal dormida
acorda no meio da noite
e percebe que está sem estrela.
Na ausência de brilho
um vaga-lume
risca um poema
sob a névoa trêmula
que vai além.
Você não lê,
não vem,
mas está escrito:
" eu tenho medo também."
(Sergio Vaz).
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“Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor de sua pele, por sua origem ou ainda por sua religião. Para odiar, as pessoas precisam aprender; e, se podem aprender a odiar, podem ser ensinadas a amar”.
(Nelson Mandela).
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Menino de olhos tristes
Eu sou um Eco
Um cisco
Uma semente
Um floco
Um sopro Oco
Eu sou um feixe de luz
Uma duvida
Um Por quê!
Por que eu não esqueço de você?
Sou uma flor
Que a aurora não rega
e o Sol esqueceu
sou um Por quê
Um eco!
Por que!
Eu não esqueço de você?
Esquecer?
Mais que encantos eu tenho a lembrar!
Dos teus olhos castanhos de amêndoas
e da tua pele alva flocada
do teu sorriso de menino dissimulado?
mas que sabe sussurrar
profundas palavras
que descem suaves
Como mel garganta abaixo
Eu sou um eco, sou um por que
porque eu não esqueço de você?
(Misk, Foz)
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Madrugada
Véspera de eleição
O pensamento no candidato
com o titulo na mão
elege o grato
Madrugada: hora de dormir
O álcool está junto
para poder ingerir
em todo o conjunto
A droga verde sobe
a maresia espelha
corre por todos os lados
Parecem loucos os eleitos
Não querem aceitar as dores
porém, não resistem...
(Edson de Carvalho, Foz)
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Meu cigarro meu amor...
Meu cigarro acabou
Não dancei um rock´n´roll
Não fiz nenhum gol
Não vi o seu show
Meu copo esvaziou
Minha vida desabou
Meu corpo se cansou
Minha história fracassou
Quando meu cigarro acabou...
(Carol, Foz).
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COR LOCAL [TROVA SEMI(PATRI)ÓTICA] [1978]
Minha terra tem mais terra
Minha fome tem mais cores
minha cor que menos berra
é que sente minhas dores
Glauco Mattoso)
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terça-feira, 3 de novembro de 2009
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