Idéia do Bairro: (Por Mano Edo)
XIV – O tempo passa e o dia chega
Uma coisa que não devemos fazer é querer ser alguém sem ser; quando for para ser alguém é Deus que consagra e não o homem da terra, “maldito o homem que acredita em outro”, pois o que ganhamos nesta terra são apenas falsas verdades ou ideologias que acabam esquecendo do realismo.
- Você viu o menino da Oitava A, foi morto na favela perto da casa dele?
- Eu não cheguei a ver mas, fiquei sabendo no noticiário das sete horas – na rádio.
Uma menina comenta com a outra sobre o caso do adolescente que morrera alvejado por arma de fogo.
- Você chegou a ver a prova dele de Português ele tirou 100 e nem conseguiu vê-la.
- E eu que fui mal na prova. Mas não dá nada.
O adolescente já havia sido destaque na sua escola, JK de Oliveira, pois participou já de diversos concursos de redações, e ainda sendo o primeiro do concurso algumas vezes.
Gugu não queria saber de nada, viu o menino caído no chão e a mãe dele chorando e logo em seguida rira do fato.
Algumas pessoas que passaram na rua ainda observavam algumas manchas de sangue, que tingiu as pedras assentadas que faziam o composto poliédrico.
Em Foz do Iguaçu, são oriundos diversos sonhos que deságuam correntezas a baixo, caracterizando uma cidade violenta, mas, cadê os órgãos públicos para fazerem o bloqueio? A favela se formos pensar não tem recursos e quem quer ser alguém na vida ainda é morto, por vizinhos, amigos – entre aspas, pais, irmãos, policias, e outros aspectos que vocês leitores sabem que acontecem...
(...)
Minha vida, meus sonhos são bloqueados também, entretanto, meu povo mata e se mata, pensando que tem soluções de problemas – melhor resolver um problema do que dois, e será que a periferia pensa assim? Em vez deles pensarem de forma diferente, estudar, pesquisar, trabalhar, construir e progredir, todavia, regridem e agridem quem está pelo certo.
Gustavo com toda sua dificuldade, pensa em ser uma pessoa bem sucedida quando crescer, enquanto Gugu só quer coisas ruins, cheirar cocaína, fumar maconha, assaltar, e fazer o mau para as pessoas de bem ou trabalhadoras.
Passou o velório do menino e a missa de sete dias, e a favela pensando que iria ser calma essa semana, um grupo de rivais, acabam matando o homicida esquizofrênico por que ficou fazendo bagunça durante a noite, ou seja, começou a fazer disparos de arma de fogo durante quase uma semana. Sem saber, ele não sabia que se plantasse iria colher; plantou limão jamais irá colher laranja.
E Gustavo com sua charrete e seu cavalo fora para o centro fazer sua coleta de recicláveis, e nesse dia foi surpreendido por um empresário bem sucedido e de alta classe; fazia meses que observara Gustavo fazendo um ambientalismo sem saber, e oferecera um emprego para lhe ajudar.
- O garoto qual é o seu nome?
- Meu senhor ! é Gustavo.
- E onde você mora?
- Eu moro na favela da Morenitas.
- É que eu tenho uma vaga aqui e pensei que poderia servir para você, isso se você quiser.
- Quero sim meu senhor.
- Então vem amanhã com sua mãe aqui para nós conversarmos, meu nome é Danilo, sou o dono desta empresa.
Gustavo faz mais algumas voltas pelo centro e consegue mais uma vez lotar seu carro de recicláveis e volta para sua casa feliz da vida e contente conta o fato para sua mãe que conseguiu um emprego mais formal.
Sua mãe diz:
- Não falei, vamos lutar juntos que conseguimos ser alguém apesar de estar difícil, mas Deus irá nos abençoar.
- Vai sim minha mãe, amanhã vamos lá na empresa que o Dono quer falar com a senhora.
segunda-feira, 7 de dezembro de 2009
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