quinta-feira, 21 de maio de 2009

“Proletários de todo mundo, uni-vos!” (Por: Carol)

“Mas o que via o operário
O patrão nunca veria
O operário via casas
E dentro das estruturas
Via coisas, objetos
Produtos, manufaturas.
Via tudo o que fazia
O lucro do seu patrão
E em cada coisa que via
Misteriosamente havia
A marca da sua mão.”


Podem tentar todo ano mudar o dia 1º de Maio para dia do trabalho, que sempre haverá alguém para dizer que dia do trabalho não existe, que o dia é do trabalhador. Sindicalistas pelegos podem tentar vender esse discurso, podem apoiar o discurso burguês do presidente de que “Os trabalhadores não devem reivindicar reajustes salariais durante a crise” (fonte: Opinião Socialista) que ainda existirão lideranças populares para dar um chega pra lá nestes oportunistas.

Pensando nisso, militantes de Foz do Iguaçu, organizaram um ato público que propunha um resgate histórico do dia. O ato público foi um poço de reivindicações e críticas a postura de sindicatos como a CUT e a Força Sindical. Não deixando escapar questionamentos sobre a postura do “pelego-mor”, Luis Inácio da Silva, sobre os efeitos da crise e as medidas tomadas a favor da burguesia.

Então, no dia 1º de Maio, as 9h da manha, que militantes da APP Sindicato-NS Foz, Casa do Teatro, Conlutas, Intersindical, MST e Sindicato dos Jornalistas-Foz organizaram esse evento de milhões de graus. Além de críticas, os operários reunidos reivindicaram a reforma agrária já, a soberania dos recursos naturais e clamaram pela garantia de estabilidade de emprego. Militantes levantaram suas bandeiras contra o pagamento das dívidas internas e externas, contra a redução de direitos trabalhistas, contra as péssimas condições de trabalho, contra o financiamento do FMI e contra a criminalização do movimento sindical, popular e estudantil.

Durante o ato ainda pudemos experimentar uma exposição fotográfica e um “bucadinho” delicioso de poesia. O encerramento do evento contou com a participação do Grupo de Teatro Arte em Si, com a encenação da poesia “Operário em Construção” do poeta Vinicius de Moraes. E foi nesse ritmo de militância que os presentes puderam dar seu brado em nome de mudanças.

“E o operário ouviu a voz
De todos os seus irmãos
Os seus irmãos que morreram
Por aqueles que viverão.
Uma esperança sincera
Cresceu no seu coração
E dentro da tarde mansa
Agigantou-se a razão
De um homem pobre e esquecido
Razão porém que fizera
Em operário construído
O operário em construção.”

Leituras: Luta Classista, ano 02, número 02. Opinião Socialista, ano XIII, ed.374. O Operário em Construção, Vinicius de Moraes.

(Carol é estudante de letras em Foz).

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