sexta-feira, 9 de outubro de 2009

CLAN DO BECO PROMOVE PALESTRA PARA A COMUNIDADE.



Pelo terceiro ano consecutivo o Clan do Beco organiza o Cursinho Pré-vestibular Comunitário. Com o slogan: “O Estudo é o Escudo / Contra o Opressor isso é Tudo”, o Cursinho serve como preparação para os manos e minas que vieram de escolas públicas e desejam tentar uma vaga na UNIOESTE. A iniciativa partiu dos manos: Julio, Ademir, Marcos e Bruno, que fazem parte do Clan, e esse ano conta com o apoio - na organização - do mano João Augusto do grupo Teatral Arte em Si. Sempre a partir do mês de junho iniciam-se as aulas no Colégio Elenice Melhorança, no Jd. América, visando o vestibular do fim de ano e a cada edição cresce o número de estudantes. Esse ano temos pessoas até de Santa Terezinha de Itaipu.

A novidade para essa edição do curso são os debates que acontecem todas as quintas feiras na sala de aula. Para ajudar no embasamento para a elaboração da redação e em outras matérias, são passados vídeos e depois os alunos debatem sobre o assunto. Um dos vídeos passados foi o documentário Ilha das Flores e o assunto de um dos debates foi sobre a maioridade penal. Na quinta feira, dia 1º de outubro, a atividade se ampliou e aconteceu uma palestra, aberta para a comunidade e para alunos do cursinho e do Colégio Costa e Silva, no Jd. América. O tema escolhido para a palestra foi: “O Imperialismo e a Integração das Américas Latina e do Sul” focando o golpe em Honduras que é um assunto que está na mídia. O palestrante convidado foi Aparecido Francisco Bertochi, mestre em Sociologia. Bertochi trabalha na Unioeste como pesquisador em um grupo que pesquisa “A Ideologia e a Consciência na Formação de Educadores”.


Bertochi

A palestra tratou da contextualização histórica e geopolítica do planeta, o imperialismo e a colonização dos países latino-americanos. Traçou a linha histórica desde a época do bloco socialista da União Soviética, a chegada do neoliberalismo, as mudanças no modo de produção, a mais valia, a crise do capitalismo, até a pós-modernidade dos dias atuais. Mostrou como as guerras acontecem por questões econômicas e que as ditaduras militares e golpes de Estado na América Latina sempre foram para garantir os interesses capitalistas, quando governantes eleitos pelo povo começam a adotar medidas de emancipação, de nacionalização de empresas multinacionais, reforma agrária, uma política em benefício da classe trabalhadora. Falou ainda do monopólio das empresas multinacionais mostrando como continuamos colônia apesar da “independência” formal.

Desconstruiu a idéia de países “desenvolvidos” como o Canadá e Estados Unidos, que na verdade são países parasitas que mantêm um nível de consumo elevado sugando outros países, tanto através da especulação financeira, quanto através de intervenções militares e financiamento de golpes. A respeito do golpe em Honduras, Bertochi diz que a Rede Globo e a grande mídia em geral está tentando provar que o Brasil está errado em defender Zelaya. A mesma Rede Globo que aplaudiu a intervenção militar das tropas da ONU no Haiti, sobre o comando do exército brasileiro. Enquanto 190 países rechaçaram o golpe militar, a grande mídia brasileira se presta a um papel alienatório e de desinformação. Uma boa parte do povo hondurenho está se manifestando em favor da volta do presidente eleito Zelaya e está sofrendo forte repressão do Estado. Zelaya é um presidente populista, que podemos comparar ao governo Lula, e hoje um governo populista pode representar grande perigo para os interesses imperialistas. Uma de suas ações, seria tentar através de um plebiscito, criar uma nova constituição para Honduras.


João, Bertochi, Julio e Ademir

Para finalizar o debate, Bertochi falou da importância da mobilização popular e da solidariedade aos povos latinos americanos. Relembrando Bolívar, Che, Sandino e muitos outros líderes que lutaram e morreram pela emancipação de seus países e por uma sociedade justa e igualitária, chamou a atenção para o quadro curricular das escolas públicas brasileiras que estudam mais a história da Europa do que da América-Latina.

A palestra contou com o apoio da Casa do Teatro que disponibilizou o projetor e da Associação Guatá que montou uma exposição de poesias.

Um comentário:

Unknown disse...

A Luta Continua ...