sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Nostálgica nostalgia (Por Carol)

(Uma hipérbole romântica sobre a fuga)

O sorriso amarelo estampado na minha face esconde todos os medos e frustrações que gritam no âmago da minha alma. Ainda mais hoje, com essa chuvinha tão tola que não deixa de cair.

Saio da sala, acendo um cigarro e uma lágrima aparece tímida no canto do meu olho...
Acompanho a chuva, acompanho a fumaça do meu cigarro, acompanho todos os movimentos lentos...

Tento pensar em outras coisas, tento esquecer você, tento esquecer que um dia...
Que um dia eu fugi.

A fuga.

A ilusão... A construção de uma falsa realidade, de uma falsa personalidade...

A força.

O medo... A fraqueza... A ânsia de romper com a crueldade e a frialdade desse mundo individualista e moralista... Às vezes penso que não vale nada ser forte. Você tenta se manter forte o tempo todo, tenta se manter na linha, mas na verdade não passa de um grande e imenso covarde.

A lembrança...

As tardes de sol... As brigas... Os reencontros...

A vírgula...

O tempo de parar, de pensar, de respirar...

A pausa...

As reticências e a incapacidade de por um ponto final em uma simples frase como “até nunca mais”...

Acaba meu cigarro... A chuva danada não acaba...
Pego uma revista de fofoca...
Signos... Barracos... Futebol...

Nem essas coisas mais banais conseguem prender minha atenção...

Acendo outro cigarro...

Fecho os olhos e deixo minha mente livre...
A deixo livre para fugir...

Abandono tudo o que possuo...
Desligo meu telefone... Fecho minhas portas... Tranco minhas janelas...
Vou até a geladeira, abro uma cerveja e sento na cama...

Acendo o último cigarro da noite...

Me desligo do mundo todo e vivo um momento recortado de fuga e solidão...

(Carol é estudante de Letras em Foz).

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