sexta-feira, 12 de setembro de 2008

SENSO CRÍTICO VS. CONSUMISMO (Por: Fabio Ferrari)



O consumismo é o comportamento distorcido de supervalorizar bens materiais em detrimento da autorreflexão. Desse modo, o propósito da própria existência se torna algo secundário ou mesmo completamente ignorado no campo de prioridades do indivíduo. Neste caso, a pessoa evita aprofundar qualquer pensamento direcionado para sua própria realidade intelectual, psicológica ou emocional. E o que não falta hoje é uma grande variedade de coisas, produtos, atrativos para absorver a nossa atenção.
Basta um passeio nas ruas para encontrarmos “produtos indispensáveis”, que “precisamos ter”. Neste caso, é preciso o desenvolvimento da autocrítica criteriosa a fim de evitar desperdícios e os equívocos pessoais causadores do desequilíbrio na vida psíquica. Há quem viva continuamente insatisfeito buscando, através do consumo dos bens materiais, substituir os vazios internos. Este é um erro comum de abordagem decorrente da falta de uma educação e cultura pessoal direcionada para o autoconhecimento. Quem não se conhece bem, erra com mais freqüência.Toda carência deve ser compreendida e superada através do estudo e da racionalidade. Se agir por impulsividade é sempre contraproducente, virar o rosto para os aspectos que conhecemos mas nos incomodam é apenas um adiamento de uma resolução.

Com relação à vida psíquica nem tudo pode ser resolvido na velocidade do saque de um cartão de crédito. E a sociedade consumista, muitas vezes, gera a ilusão do imediatismo na solução dos problemas. As propagandas e os comerciais de TV são os maiores vendedores de ilusões da nossa sociedade. Através de técnicas e estudos especializados buscam atingir as carências e insuficiência da população, a fim de induzí-la a pensar que sua vida, de fato, irá melhorar se adquirir determinado produto. Quem tem maior nível de espírito crítico é capaz de perceber as manipulações sociais evitando cair nos mata-burros da propaganda distorcida. Por isso, é importante nos mantermos sempre lúcidos em relação às incessantes informações que recebemos a fim de discriminar aquelas que são realmente importantes e relevantes e as informações descartáveis e superficiais.


* Fábio Ferrari é psicologo em Foz do Iguaçu e colunista do MEGAFONE

Fonte: www.megafone.inf.br

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