sexta-feira, 12 de setembro de 2008

MEDELLÍN NÃO, NÃO, CARTEL DO RAP DE FOZ.



MEDELLÍN NÃO, NÃO, CARTEL DO RAP DE FOZ.
BANCA CDR FAZENDO JUSTIÇA COM A VOZ (Música de Negro Jonne).

“A Chave é a União (...) Meu caráter é minha escada”, canta o refrão que abre o primeiro cd da Banca CDR (Cartel do Rap). No ano de 2005 o Cartel participou do programa Dia da Banda do Jornal Hoje, Rede Globo. Os jornalistas filmaram, tiraram fotos e entrevistaram a galera. Meses depois foi ao ar. A apresentadora abriu o programa dizendo:
“A união faz a música. No oeste do Paraná, para enfrentar a falta de grana, vários grupos de rap da periferia de Foz do Iguaçu dividem equipamentos, local de ensaio e até CD. Essa espécie de cooperativa musical tem até um nome: Cartel do Rap. Para quem acha o nome agressivo, a turma avisa que é da paz e que trabalha para defender o respeito ao próximo”.
Na edição da matéria “esqueceram” de colocar a parte que falava sobre o tráfico de informação.
Mv Bill e Facção Central tiveram videos clipes censurados por mostrar - sem cortes - a dura realidade brasileira. Shows de rap são parados pela polícia. Os primeiros militantes da cultura hip-hop no Brasil sofreram forte repressão policial. Cascão (TSG) estava palestrando para adolescentes na periferia, quando chegou a polícia e revistou todos os presentes (até os menores), “à procura de drogas”. O Rap incomoda enquanto ganha terreno. As músicas não são só de entretenimento, passam um alto grau de informação em suas letras que falam sobre temas importantes. Trava uma grande luta contra o sistema capitalista, contra a corrupção, o abandono, o desrespeito aos direitos garantidos pela constituição, etc... O Rap resgata o orgulho e a auto-estima do negro e do favelado. Em recente música o grupo Realidade Cruel enfatizou: “O Rap fez uma pá de favelado, preto e pobre se vê como gente”.

Essas informações são ilegais, por isso o tráfico de informação. Por que com essa ascensão do Hip-Hop a elite perde e perde muito. O movimento hip-hop teve uma grande contribuição para que hoje na América Latina tenha governantes de esquerda no poder.
No mês de agosto passado alguns manos do Cartel do Rap foram até a Foz TV para fazer uma matéria sobre o Fanzine do Cartel e as outras atividades desenvolvidas pela Banca CDR. O programa era ao vivo, então - como não teria edição - fizemos justiça e falamos em alto e bom som: “somos traficantes de informação”.
E para continuar com nossa informação clandestina, nessa edição descemos até o beco - Jd. América - e trocamos idéia com o Clan do Beco que está desenvolvendo um cursinho pré-vestibular para que a galera que não tem condições de pagar uma faculdade particular tente a UNIOESTE. O Mano Will - de Curitiba - traz um artigo mostrando como algumas organizações de hip-hop estão se articulando politicamente. Do blog do Wemerson Augusto publicamos um texto sobre a TVBUS que já está instalada em alguns banzas de Foz do Iguaçu. O grafite do mês é do mano Alessandro.
Embarque nesse trem e fique sabendo também o que aconteceu no show que rolou no Casulo Rock Bar que contou com dois combates de rima.

A favela chora a morte do mano Robson (Iélo) assassinado no Jd. Tropical - Porto Meira - no finalzinho de agosto. Descanse em paz mano.

Boa leitura a todos e fiquem na paz.

Chega de violência.

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