terça-feira, 15 de julho de 2008

Idéia Pra Periferia (Mano Edo)

Um salve para todos os guerreiros e guerreiras do movimento Hip-Hop de Foz e região. Esta é uma nova coluna que está sendo iniciada no Zine do Cartel do Rap. Agradeço a Deus e a todos por participar compartilhando com a Cultura de Rua.

Idéia do bairro (Por: Mano Edo)

Num dia de tempo nublado na favela da Morenitas II, região do Porto Meira, periferia de Foz. Dois meninos, quando andavam, falavam de pescaria. E como o tempo estava nublado resolveram tentar pescar em uma valeta que passa pelo meio da favela, que no caso seria em frente à casa de um dos meninos que resolvera pescar. Os barracos que se pode observar ali são de alta escassez, um verdadeiro “Castelo de Madeira” sem estrutura e qualidade de vida. Porém o meio nos influência a morar em lugares como esses, além de tudo, como a violência que está estampada em diversos habitantes da localidade. Momentos de martírio e discriminação como preconceitos de classes sempre há em lugares como este. Os dois meninos foram então até onde se localiza um terreno que a Prefeitura administra que é o Horto Municipal de Foz do Iguaçu, para solucionar o problema arrancando minhocas para começarem a pescar. De enxadas na mão de um menino com o nome de Gustavo e a lata para apanharem as minhocas na mão do outro menino de apelido Gugu, morador da favela desde quando fora invadida. Quando o tempo começou a garoar Gugu disse para o Gustavo andar rápido para que eles conseguissem chegar a casa de Gugu para pegar uma outra lata, porém, maior um pouco, que é para colocarem as morenitas, tilápias, mussuns e lambaris quando pescarem. Saindo da cerca do terreno do Horto um menino que passava com um cavalo cavalgando ficou olhando os dois meninos saindo do Horto com a lata e a ferramenta que ajudou a arrancar as minhocas. Gustavo fixou os olhos para o cavaleiro infantil e expressou que um sonho dele era conhecer as Cataratas à cavalo e também conhecer o rio Paraná para pescar. Até no momento Gustavo apenas conhecia cavalo olhando, nem na escola ele nunca havia escrito a palavra cavalo. Repetente de anos de séries na escola, o que dominava era os pequenos peixes que pescava quando tinha sorte, e ainda na angustia, de ficar com fome quando não havia sorte.

TRABALHO SOCIAL:

Como o Cartel do Rap já há anos vem fazendo sucesso como Cultura em Foz, o Mano Edo, camarada dos irmãos do movimento, também está fazendo a sua parte em parceria com o Cartel do Rap. Em determinadas reuniões da organização foi fundada a CREW de Break da banca: CARTEL DO BREAK, onde as aulas estão sendo praticadas na Casa Branca, ministradas pelo Arte-educador Mano Edo. A luta continua: a Crew Cartel do Break com propostas em forma de projeto consegue conquistar mais um espaço para fortalecer o elemento break em Foz, desta vez no ColégioGustavo Dobrandino da Silva, com a autorização da diretora Maria. E as oficinas de break na SCNSA (Sociedade Civil Nossa Senhora Aparecida) no projeto CAIA (Centro de Atenção Integral ao Adolescente) estão na ativa já faz um ano. Para a banca e os interessados em aprender um pouco da verdade do break ou ser um b.boy ou b. girl as aulas tem início às 14:00 hs e término às 16:00 hs, nas quartas feiras e nos sábados. Entrem em contato: 91067734

(Mano Edo é poeta, b. boy, arte-educador e estudante de letras em Foz do Iguaçu).

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